Desafios do presidente no RJ: estado tem hospitais federais com 25% das vagas fechadas e universidades com pouca verba
O desfecho do segundo turno das eleições para presidente da República no último domingo (30), com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode provocar impacto na economia do Rio de Janeiro nos próximos anos. Contudo, os desafios para o futuro chefe do executivo passam por problemas na saúde e na educação.
Na área do ensino superior, o estado conta com universidades federais com poucos recursos para manutenção de suas estruturas e investimento em pesquisa, por exemplo. Já na saúde, 💥️25% das vagas oferecidas pelos seis hospitais federais que funcionam no Rio estão fechadas.
A mudança no Governo Federal a partir de janeiro do ano que vem indica uma nova visão sobre temas estratégicos para o estado, como a valorização da indústria naval. Segundo o presidente eleito, o 💥️setor receberá investimentos e tem potencial de gerar emprego e renda.
Não é novidade que o Rio de Janeiro tem uma grande dependência financeira de decisões tomadas pelo Governo Federal. Há mais de 60 anos, o Rio deixou de ser a capital do país e desde então sofre com o desabastecimento de recursos federais.
“A economia do estado do Rio desde os anos 70 perdeu quase 40% de participação no PIB nacional. A gente está com taxa de desemprego bem mais alta que média nacional. O Rio tem uma crise, um círculo vicioso e vai precisar ter uma articulação muito grande pela presença de uma série de instituições federais que tem aqui”, comentou o economista Mauro Osório.
Um dos grandes exemplos dessa dependência econômica está na atuação da Petrobras. Com sede na capital fluminense, a maior estatal do país pode voltar a investir na indústria naval, uma vez que a empresa é a principal compradora de navios e plataformas do país.
Ao longo dos últimos anos, com a mudança da chamada política de conteúdo local, muitos estaleiros viraram empresas fantasmas no Rio de Janeiro. A situação pode mudar durante o futuro mandato de Lula no governo. Ao menos, essa foi uma de suas promessas durante a campanha.
Em um comício em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, o então candidato afirmou que iria voltar a investir na indústria naval para poder gerar emprego no Rio de Janeiro.
Além da questão econômica, o impacto das ações do Governo Federal também é muito forte na gestão da saúde no Rio de Janeiro. O estado tem o maior número de hospitais federais do país. Ao todo, 💥️30 unidades hospitalares ligadas a União estão no Rio de Janeiro.
Somente em seis hospitais federais do Rio, de Bonsucesso, do Andaraí, da Lagoa, de Ipanema, dos Servidores do Estado e o Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, são 💥️1,6 mil vagas do SUS para atender a população💥️.
1 de 1 Hospital Geral de Bonsucesso — Foto: Reprodução/TV GloboHospital Geral de Bonsucesso — Foto: Reprodução/TV Globo
Dados do Censo Hospitalar Público apontam que, pelo menos, 💥️400 desses leitos federais estão fechados e não podem ser utilizados. Segundo o documento, faltam verbas e investimentos para a contratação de pessoal que possibilite o reestabelecimento desses leitos.
No Rio, também ficam o Instituto Nacional do Câncer (Inca); o Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into); e o Instituto Nacional do Coração (INC), além da Fiocruz.
Também nos últimos anos, as universidades federais que funcionam no Rio de Janeiro sofreram com o corte de verbas da União. A UFRJ, por exemplo, tem sofrido com perdas orçamentárias frequentes.
Em 2012, a universidade teve um orçamento de💥️ R$ 725 milhões. Contudo, o valor foi caindo até chegar a 💥️R$ 309 milhões em 2023.
É verdade que o orçamento de 2022 teve um leve aumento numérico, mas o reajuste não superou o aumento da inflação, o que impede um aumento real no valor disponibilizado à UFRJ. O orçamento da instituição esse ano ficou em 💥️R$ 329 milhões. Vale destacar que nesse ano as atividades voltaram a ser presenciais, o que aumenta os custos com contas de luz e água, por exemplo.
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