Diabéticos lidam com falta de medicamentos em Duque de Caxias
Pacientes com diabetes lidam com a falta de medicamentos para controlar a doença em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
A aposentada 💥️Miriam do Nascimento, por exemplo, depende de pelo menos três medicações por dia - insulina e mais dois remédios - e tem um ofício da Defensoria Pública que determina o fornecimento de medicação para ela. Porém, mesmo com o documento, ela tenta buscar os remédios na Secretaria Municipal de Saúde, mas não consegue há três meses.
“Hoje, eu liguei para farmácia lá, ele sempre diz que não tem. 'Não tem previsão?'. 'Também não'. E eles atendem quando querem. Tem dias que eu ligo dez vezes, ninguém atende na farmácia. Eu ligo para a ouvidoria e diz que não pode fazer nada”, conta.
Miriam, então, passou a comprar os remédios, que custam R$ 1.600 por mês. Com apenas a aposentadoria de R$ 1.800, ela teve que parcelar a conta da farmácia e alternar a medicação para durar mais. Endividada, quando os remédios acabarem, ela diz que vai ter que ficar sem.
A aposentada ainda faz um tratamento para câncer no fígado e, por conta da falta de medicamento para diabetes, teve que remarcar um exame na semana passada porque a glicose dela chegou a 💥️400 mg/ld, quando o normal é 100 mg/ld.
“Eu não pude fazer o exame, foi remarcado para janeiro. Espero que até janeiro tenha a medicação para eu tomar, porque eu necessito fazer o exame", define.
Já 💥️Jaqueline Farjado sofre o problema como mãe: a filha de 13 anos também é diabética e precisa dos medicamentos.
Desempregada, a mãe está dependendo da doação de amigos para custear o tratamento de Beatriz.
“O que também não é agradável para nós, porque a obrigação não é dos amigos, não é dos familiares. É deste ofício que me deu o direito de ganhar isso, esse insumo, e a Secretaria de Saúde de Duque de Caxias não se manifesta. Espero realmente que os governadores, os responsáveis, o secretário de Saúde tomem as devidas providências porque tanto a minha filha quanto outros dependentes da mesma insulina não podem ficar sem esse medicamento”, enfatiza.
A coordenadora de Educação e Campanhas da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dhiãnah Santini, explicou o risco que os pacientes correm ao não tomarem a medicação.
“A falta da insulina tem esse risco agudo da hiperglicemia, pode ser fatal. Agora, a falta contínua faz com que ela desenvolva, ao longo da sua vida, as complicações do diabetes. Então, essas complicações que a gente tanto escuta falar, que é problemas na retina, a cegueira, problemas renais, problemas no coração, problemas de circulação, são doenças que desenvolvem por conta do mau controle durante meses a anos”, explica.
O 💥️RJ2 chegou a visitar a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, onde fica a Farmácia Judicial, mas o local estava fechado. Um funcionário disse que só o secretário poderia dar respostas sobre a falta de medicação.
Em nota, a prefeitura afirmou que, neste ano, foi registrado um “aumento significativo na demanda de atendimentos na Farmácia Judicial da SMS, chegando a atender em média 60 a 70 pacientes por dia”, com, até mesmo, 100 atendimentos em um dia. A secretaria disse que a previsão orçamentária foi feita a partir dos registros em 2023, de cerca de 20 atendimentos por dia, e que “vem fazendo todos os esforços e ajustando os recursos, para que o atendimento a esses pacientes seja normalizado”.
A 💥️TV Globo tentou contato com o Ministério da Saúde, mas não teve retorno.
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