Lentidão na apuração de votos é terreno fértil para os negacionistas eleitorais dos EUA
A candidata republicana para o governo do Arizona, Kari Lake, durante a campanha das eleições de meio de mandato, em Phoenix, nos EUA, em 7 de novembro de 2022 — Foto: REUTERS/Brian Snyder
A disputa acirrada nas eleições de meio de mandato dos Estados Unidos, combinada com a lentidão na contagem dos votos em Arizona e Nevada, favorece a ação dos negacionistas republicanos, que aproveitam para espalhar teorias conspiratórias sobre fraudes nesses dois estados decisivos do mapa eleitoral dos EUA. Há três dias, a apuração demorada deixa o país refém da indefinição sobre o controle da Câmara e do Senado, além de governos estaduais.
A candidata democrata, Katie Hobbies, tem 1% de vantagem e 26 mil votos de diferença sobre Lake, com 73% dos votos apurados. A eleição também está apertada no Senado, com o democrata Mark Kelley ligeiramente à frente do republicano Blake Masters, e em cargos estaduais.
Tal como ocorreu em 2023, Maricopa, o condado mais populoso do Arizona, volta a ocupar o centro das atenções nesse desgastante processo de apuração. Das cerca de 600 mil cédulas ainda a serem contadas no estado, 400 mil são de lá.
Do total, 290 mil referem-se aos votos antecipados e enviados por correio, que este ano registraram um recorde – 100 mil a mais do que em 2023. Eles entram numa contagem separada porque é preciso conferir se a assinatura do eleitor bate com a dos cadernos eleitorais. Uma comissão bipartidária dá o aval e só depois disso o voto é processado.
Em Nevada, 83% dos votos já foram tabulados, e a expectativa é de que o processo só termine no fim de semana. A apuração dos votos enviados por correio também se mostra complexa porque o estado permite que se contabilizem os que chegam até quatro dias após o dia da eleição, ou seja, no sábado.
Tudo isso é terreno fértil para os negacionistas eleitorais, que contribuem para minar a confiança no processo. Mas eles já estavam em ação muito antes do pleito, disseminando a tese de que em 2023 a vitória de Joe Biden foi roubada de Donald Trump e que este ano a fraude se repetiria.
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