Defensora pública aposentada que xingou entregador de 'macaco' ataca jornalistas após audiência

A defensora pública aposentada 💥️Cláudia Alvarim Barrozo, denunciada por injúria racial contra dois entregadores, e sua filha atacaram jornalistas na saída do Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na tarde desta quinta-feira (17).

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Muito agressiva e tentando evitar que fosse filmada, a defensora tentou dar um tapa e um chute no repórter 💥Erick Rianelli, da 💥TV Globo, e outro chute no repórter 💥Raoni Alves, do 💥g1, mas não acertou.

Ela 💥atingiu o rosto de Erick Rianelli ao dar um tapa no telefone celular que ele usava para filmar. O jornalista ficou com um 💥ferimento no nariz,💥e seus óculos foram danificados ao caírem no chão devido à agressão.

Em seguida, a Ana Cláudia ofendeu outros profissionais de imprensa e disse que era 💥️filha de diplomata, ao pedir que os jornalistas parassem de filmar.

Cláudia ainda ofendeu outras pessoas, se jogou no chão e derrubou uma placa na saída do forum.

A confusão foi após a audiência de instrução e julgamento do caso em que chamou um entregador de “macaco”. A audiência foi suspensa após a defesa pedir uma nova perícia

A defensora precisou ser contida pelos advogados de defesa e por sua filha, Ana Cláudia Barrozo Azevedo – que também se envolveu em confusões.

Na rua, a filha da defensora ainda se envolveu em outra discussão, desta vez com pessoas que passavam pela rua e teriam chamado sua mãe de racista.

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O episódio contra os entregadores aconteceu em maio, quando Cláudia foi filmada reclamando com os entregadores Jonathas Souza Mendonça e Eduardo Peçanha Marques sobre o posicionamento do veículo de entrega utilizado por eles, em uma rua do condomínio onde ela mora.

No vídeo, é possível ouvir a defensora aposentada xingando um deles de "macaco").

Ao longo da audiência, segundo o advogado Joab Gama, a defensora aposentada alegou que estava passando mal e deixou a sala antes do fim da sessão. Uma das vítimas afirmou ainda que foi xingada novamente no Fórum.

A audiência foi suspensa depois que a defesa de Cláudia pediu a realização de uma perícia técnica para verificar a veracidade do vídeo apresentado como prova das ofensas que ela teria feito aos entregadores. A juíza responsável pelo caso aceitou o pedido de perícia no material.

"A informante, no caso a filha da denunciada, falou que o vídeo é desconexo. Mas pode fazer qualquer tipo de perícia nesse vídeo e no vídeo do condomínio, que já está no processo. Embora não tenha áudio, esse vídeo tem as imagens dela jogando objetos nos garotos e eles estáticos parados e recebendo várias ofensas. Então, mesmo solicitando qualquer tipo de perícia, vai ser comprovado que não houve qualquer tipo de manipulação", disse o advogado Joab Gama.

A próxima etapa do processo ainda terá que ser marcada, onde provavelmente a juíza irá finalizar o julgamento.

"Os rapazes são de fato as vítimas, e com isso ficou muito claro. Todos entenderam, o MP a juíza. Em determinado momento, ela (Cláudia) se exaltou, xingou o rapaz no meio da audiência, teve que ser contida pelo seu advogado. Isso demonstra um destemperamento dela, algo que já é conhecido no local que ela mora. De fato, ela cometeu esse crime. Espero que na próxima audiência seja tudo resolvido e a condenação. Que ela responda pelo que ela fez para que isso não se perpetue e para que outras pessoas não passem pelo mesmo", concluiu o advogado das vítimas.

A defesa de Cláudia enviou a seguinte nota:

"Em verdade, a audiência não foi adiada, ou seja, foi concluída de forma regular com a oitiva das testemunhas de acusação. Ainda, a requerimento da defesa, foi deferida pela juíza a prova pericial no vídeo que foi produzido por uma das supostas vítimas, a fim de verificar se o mesmo sofreu alguma edição, já que a defensora, em momento que antecedeu a gravação, tb foi agredida verbalmente pelo motorista, mas esse trecho não foi captado. A instrução prosseguirá futuramente com a oitiva das testemunhas de defesa, que já foi designada para fevereiro de 2023. Com relação ao episódio na saída da audiência, terei que melhor avaliar os acontecimentos e as circunstâncias em os fatos se deram."

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro enviou uma nota, na qual "repudia as agressões sofridas por profissionais da imprensa".

"Ataques a jornalistas no exercício profissional configuram uma agressão à própria democracia e não podem ser normalizados. A Defensoria também reafirma seu integral apoio e solidariedade aos entregadores vitimados por racismo, episódio que motivou a audiência desta quinta-feira, e reconhece o racismo institucional que permeia sua estruturação e funcionamento. Por este motivo, comprometeu-se com a sociedade fluminense, a partir da criação da COOPERA - Coordenação de Promoção de Equidade Racial -, uma instância de governança dedicada exclusivamente a combater a realidade do racismo institucional e semear um olhar antirracista na assistência jurídica. Sabemos que temos um longo caminho a percorrer para a transformação da cultura institucional e para consolidar práticas antirracistas no acesso à justiça, mas seguiremos firmes na defesa da igualdade e justiça racial", diz a nota.

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