Cantor gospel e pastor Kleber Lucas é convidado para transição da Cultura
Em aceno aos evangélicos, a equipe de transição do governo eleito de Lula (PT) convidou o cantor gospel e pastor batista Kleber Lucas para fazer parte do grupo que vai discutir as propostas para a área da Cultura.
O artista e religioso aceitou o convite e vai participar da primeira reunião nesta sexta-feira (18). A publicação no Diário Oficial da União, e o anúncio do nome devem acontecer nos próximos dias.
Durante a campanha presidencial deste ano, Kleber Lucas foi um dos poucos nomes do meio evangélico que decidiu apoiar Luiz Inácio Lula da Silva.
Pesquisas de intenção de voto apontavam que Jair Bolsonaro (PL) era o favorito entre os evangélicos no recorte por religião.
Figuras conhecidas desse meio apoiaram Bolsonaro, como André e Ana Paula Valadão, cantores e pastores da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. Além do pastor e presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, e o pastor Marco Feliciano, deputado e cantor.
Negro e nascido em São Gonçalo, na Baixada Fluminense, Kleber Lucas, 54 anos, aprendeu a cantar no coral da igreja e, em 2013, ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Cristã, com o disco "Profeta da Esperança".
Ele tem parcerias com outros nomes famosos do mundo gospel, como Aline Barros e Fernanda Brum. Além disso, o pastor é mestre e doutorando em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Kleber Lucas participou do vídeo que reuniu vários artistas para cantar a paródia da música "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia. A letra pedia para os brasileiros votarem no segundo turno da eleição presidencial.
“Vou pedir pra você votar. Este ano, vem votar também”, dizia trecho do jingle.
O pastor também lançou uma música chamada "Messias", junto aos cantores gospel Leonardo Gonçalves e Clovis. A canção criticava Bolsonaro e dizia que algumas igrejas que promovem "falso pânico moral".
"E tudo isso por causa de política, por causa de um falso pânico moral. Promovido pelos donos de igreja que tiveram o perdão de uma dívida de R$ 1,4 bilhões, decretado pelo presidente da República. Alguém, aliás, que com quase 700 mil mortos não foi capaz de uma palavra de solidariedade, um mínimo de empatia", cantaram.
Ao longo da letra, o trio denunciou ainda que alguns membros de igrejas estavam sendo hostilizados por discordarem do bolsonarismo. "Evangelho não é questão de esquerda ou direita".
Agora, Kleber Lucas vai lançar junto com Caetano Veloso uma nova versão do seu hit mais famoso: "Deus cuida de mim".
Em entrevista ao Conversa com Bial na última semana, o pastor disse que "o Brasil não é do Senhor Jesus, o Brasil é dos brasileiros".
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