'Me arrependi': famílias que pegaram consignado do Auxílio Brasil enfrentam dificuldades para pagar contas

💥️O que foi oferecido como uma ajuda virou preocupação para muitos brasileiros – e muito arrependimento.

Em outubro, Terezinha e Ianca, beneficiárias do Auxílio Brasil, pegaram empréstimo consignado para resolver urgências. Quase dois meses depois, elas sofrem para conseguir pagar as contas da casa.

Naquele mês, cerca de R$ 5 bilhões foram emprestados por meio do consignado, segundo dados do Banco Central. E em apenas 15 dias, a Caixa Econômica Federal concedeu o crédito a mais de 1,6 milhão de beneficiários.

A medida foi vista, inicialmente, como um alívio para as famílias conseguirem realizar alguns gastos urgentes. A reportagem do💥💥️g1 foi até uma agência da Caixa em São Paulo e pesquisou em grupos em redes sociais dedicados ao empréstimo para conversar com quem pedia o crédito. Geladeira, dentadura e aluguel foram alguns dos motivos expostos.

Mas o alívio se transformou em aperto já no mês seguinte, quando o valor da parcela foi descontado do benefício.

Segundo Terezinha, a atendente da Caixa que fez sua solicitação disse que a primeira parcela só seria descontada dois meses depois. "Era pra dezembro a primeira parcela, mas eles descontaram antes do combinado", diz.

Assim como ela, outras beneficiárias relataram dificuldades no primeiro mês com a parcela descontada.

Ianca Souza, moradora de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, também se sente arrependida porque sente que o valor pago é “alto demais”. Ela diz que optou pelo empréstimo para fazer compras no supermercado e pagar dívidas. Além dela, seus três filhos vivem em casa e dependem dessa renda, que ficou menor.

A autônoma Mônica Pelaes da Silva, beneficiária do Auxílio Brasil — Foto: Arquivo pessoal 1 de 1 A autônoma Mônica Pelaes da Silva, beneficiária do Auxílio Brasil — Foto: Arquivo pessoal

A autônoma Mônica Pelaes da Silva, beneficiária do Auxílio Brasil — Foto: Arquivo pessoal

A autônoma Mônica Pelaes da Silva, de 30 anos, não se arrepende de ter feito o consignado, mas diz que sentiu bastante no mês passado.

Seu motivo para pedir o empréstimo foi o mesmo de muitos outros brasileiros: “pagar umas dívidas e comprar comida”. Ela faz bicos de auxiliar de cozinha. E o marido, de servente de obras. Mas nenhum dos dois tem carteira assinada.

Os riscos de que a concessão do consignado pudesse interferir no resultado das eleições levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a recomendar, em 21 de outubro, a suspensão da modalidade.

E em 15 de novembro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual disse que o empréstimo consignado do Auxílio Brasil é inconstitucional.

No último dia 30, foi a vez do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedir ao tribunal para apurar a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro na concessão de empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil em período eleitoral.

O subprocurador Lucas Furtado agora pede a responsabilização da presidência da Caixa e de Bolsonaro por uso eleitoral do benefício.

Uma reportagem do portal ysoke mostrou que documentos internos determinaram a mudança de regras e o corte da liberação desse tipo de crédito. A Caixa, no entanto, não se pronunciou sobre o assunto.

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