Vendas do comércio caem 0,6% em novembro, aponta IBGE
Alta de preços dos combustíveis em novembro, após três meses seguidos de deflação, pressionaram queda no volume de vendas do comércio — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
As vendas do comércio varejista brasileiro tiveram, em novembro, queda de 0,6% na comparação com outubro, interrompendo sequência de três meses consecutivos de alta - é o primeiro resultado negativo desde julho. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado de janeiro a novembro, o varejo avançou 1,1% e, nos últimos 12 meses, 0,6%.
Com esse resultado, o patamar do volume de vendas do setor ficou 3,6% abaixo do maior nível da série, registrado em outubro de 2023, e 2,6% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro do mesmo ano.
De acordo com o IBGE, seis das oito atividades comerciais pesquisadas tiveram resultados negativos em novembro na comparação com o mês imediatamente anterior. Tiveram aumento no volume de vendas somente as móveis e eletrodomésticos e artigos farmacêuticos e de perfumaria. Também tiveram alta as duas atividades que compõem o varejo ampliado.
No entanto, partiu do segmento de Combustíveis e Lubrificantes, impactado pela inflação, a principal influência negativa sobre o resultado geral.
“Novembro foi o primeiro mês em que os preços dos combustíveis voltaram a crescer após uma sequência de deflação que se iniciou em julho do ano passado. Isso impactou as receitas das empresas. Outro ponto é que novembro não é um mês de grandes movimentos nos transportes, já que as famílias costumam esperar para viajar em dezembro”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
💥️Veja o resultado de cada uma das atividades do varejo em novembro:
De acordo com o gerente da pesquisa, a Black Friday, que acontece no fim de novembro, não resultou em números muito positivos para o comércio varejista. Uma atividade que costuma ficar mais aquecida no período é a de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que recuou após dois meses de crescimento expressivo.
Na comparação com novembro de 2023, cinco das oito atividades tiveram crescimento. A de combustíveis e lubrificantes foi a que apresentou o aumento mais expressivo no volume de vendas, de 27,3%.
As três que tiveram queda foram tecidos, vestuário e calçados, outros artigos de uso pessoal e doméstico e Equipamentos e material para escritório informática e comunicação.
Também tiveram queda as duas atividades do varejo ampliado - veículos e motos, partes e peças teve queda de -5,5%, enquanto Material de construção caiu 10,9% no período.
A queda nas vendas do comércio varejista foi disseminada pela grande maioria dos estados brasileiros - 20 das 27 Unidades da Federação tiveram taxa negativa na passagem de outubro para novembro.
Dentre as UFs com queda nas vendas, destacam-se Amapá (-5,6%), Alagoas (-3,9%) e Maranhão (-2,7%). No lado oposto, as altas mais relevantes foram registradas por Tocantins (2,4%), Piauí (1,5%) e Espírito Santo (1,5%). Santa Catarina apresentou estabilidade (0,0%) na passagem de outubro para novembro de 2022.
O varejo ampliado, por sua vez, teve desempenho negativo em 14 das 27 UFs em novembro na comparação com outubro - Alagoas (-5,6%), Amapá (-3,3%) e Minas Gerais (-2,7%) tiveram os recuos mais relevantes. Já dentre as 13 UFs com alta nas vendas, destacaram-se Tocantins (9,8%), Sergipe (3,7%) e Rondônia (2,2%).
Já na comparação com novembro de 2023, 14 das 27 UFs tiveram aumento no volume de vendas. As maiores taxas foram registradas por Roraima (13,3%), Alagoas (11,4%) e Mato Grosso do Sul (9,5%).
Por outro lado, pressionando negativamente, figuram 13 Unidades da Federação, com destaque para Bahia (-5,3%), Goiás (-3,8%) e Acre (-3,6%).
Para o varejo ampliado, também na comparação com novembro de 2023, 16 das 27 UFs tiveram aumento nas vendas, com destaque para Paraíba (22,5%), Amapá (9,9%) e Tocantins (8,4%). Dentre as 11 que tiveram recuo nas vendas, as mais impactadas foram Pernambuco (-14,9%), Bahia (-9,7%) e Ceará (-5,8%).
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