Pedestres sofrem com a falta de banheiros públicos nas ruas do Rio

Quem anda pelas ruas do Rio sabe que é difícil encontrar um banheiro público decente. Poucos bairros têm cabines e nem todos funcionam. Aí, na hora do aperto, muita gente busca um bar ou lanchonete.

É o que faz a servidora pública Evelyn de Alcântara.

"Eu procuro algum estabelecimento, um shopping, alguma coisa mais perto. Mas assim é muito complicado porque tem pouquíssimos banheiros públicos", contou a servidora.

A busca de um banheiro num bar ou lanchonete pode custar caro. A dona de casa Telma da Silva, por exemplo, teve de pagar R$ 10 ao dono de um bar para usar o sanitário do estabelecimento, na Praia Vermelha, perto do Pão de Açúcar, na Zona Sul do Rio.

"Estava travado, fechado. Como a gente vai numa praia que não tem onde as crianças ir? Não tem banheiro em lugar nenhum. Aí, você tem que pagar o botequim para as crianças fazerem as necessidades", disse Telma.

A região até tem cabines que deveriam funcionar como banheiro público, mas estão desativadas. O aviso colocado na porta diz que o fechamento seria temporário por causa da pandemia.

Os números de casos de Covid já caíram, tudo voltou a funcionar, mas o espaço continua sem previsão de reabrir.

O pipoqueiro Jeová contou que usa o banheiro de uma igreja.

"Se esse banheiro aqui estivesse funcionando, seria uma boa para mim. Porque trabalho aqui há anos e isso aqui está interditado e eu preciso muito do banheiro. E não tem como", disse o pipoqueiro.

A falta de banheiros públicos é uma situação que se repete nas praças Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e na Mário Lago, no Centro da cidade. Nesses dois locais, as cabines também estão fechadas.

Em 2013, na primeira gestão do prefeito Eduardo Paes, a Prefeitura do Rio inaugurou o projeto piloto de um mictório público gratuito para os pedestres. Mas a iniciativa não foi adiante. E até agora, nenhuma solução definitiva foi apresentada.

"Seria muito mais acessível até para os moradores de rua, as pessoas que muitas vezes tentam entrar em estabelecimentos e são impedidas. Seria muito bom ", disse a servidora Evelyn.

Quem for flagrado urinando na rua poderá ser multado. Uma lei municipal prevê uma punição que pode ultrapassar a quantia de R$ 500. O vendedor João Paulo Eliotério reclamou.

"Faz falta um banheiro público à disposição. Principalmente, para nós camelô. A gente precisa aqui na rua. Se tivesse dois ou três banheiros seria ótimo, ajudaria muita gente", disse o camelô.

A aposentada Márcia Marques diz que é difícil conseguir acesso a um banheiro num bar ou lanchonete se não estiver consumindo na loja. Os comerciantes dizem que ali não é banheiro público.

A Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, que gerencia os contratos de concessão de sanitários públicos, disse que a prefeitura está avaliando a melhor forma de os banheiros públicos ficarem organizados na cidade.

E que atualmente existem 19 banheiros instalados nos seguintes bairros: Centro, Cidade Nova, Tijuca, Vila Isabel, Ipanema, Paciência, Méier, Urca e Lagoa.

O que você está lendo é [Pedestres sofrem com a falta de banheiros públicos nas ruas do Rio].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.