‘A Roda: Raízes do Samba’: região da Igreja da Penha foi fundamental para nomes como Cacique de Ramos, Noel Rosa e Cartola
O 2º episódio do programa 'A Roda: Raízes do Samba', exibido neste sábado (18) na TV Globo, prestou homenagem ao bairro de Ramos e a região da igreja da Penha, na Zona Norte do Rio. Os locais são considerados fundamentais para o desenvolvimento do samba e tiveram enorme influência para a carreira de nomes como o grupo Fundo de Quintal e Zeca Pagodinho, além de Noel Rosa e Cartola.
Apresentado por Chico Regueira, o bate-papo musical recebeu 💥️Bira Presidente, 💥️Marcelo D2💥️, Sérgio Loroza, Luis Antonio Simas, 💥️Sandra de Sá💥️, Wic Tavares, Marina Iris, Dandara Ventapane e Pedro Luis.
Durante o programa, os convidados falaram sobre o surgimento do local como ponto de encontro. Para além dos devotos católicos, os sambistas também seguiam em romaria para a área onde a igreja de Nossa Senhora da Penha foi erguida. Era lá que acontecia uma festa popular fundamental do Rio de Janeiro entre 1920 e 1940, onde divindades do naipe de Pixinguinha, Noel Rosa e Cartola baixavam quando queriam apresentar ao público suas composições.
Segundo Luis Antonio Simas, que também é consultor de conteúdo do programa, na Penha, as grandes tias baianas, Tia Ciata, tia Perciliana de Santo Amaro, Tia Amelia, Tia Carmem do Ximbuca, - que era doceiras ou grandes cozinheiras - montavam as suas barracas pra vender comida de santo nas cercanias da Penha.
"Os sambistas vinham, apresentavam os sambas. A Festa da Penha era uma espécie de antessala do carnaval, e é interessante que nós estamos num local em que muitas dessas barracas das tias baianas eram montadas porque não deixavam elas montarem as barracas no alto da igreja. A festa era uma grande celebração desse espírito festeiro do Rio de janeiro, uma cidade que profana o que é sagrado e sacraliza o que é profano”, explicou Luís Antonio Simas.
O Cacique de Ramos, com sua enorme e famosa tamarineira, e a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense são vizinhos da Igreja da Penha.
1 de 3 Bira presidente é um dos fundadores do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal — Foto: Reprodução TV GloboBira presidente é um dos fundadores do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal — Foto: Reprodução TV Globo
"Do Cacique nasce o Fundo de Quintal, que é o grupo que dá mobilidade, que praticamente inventa a roda de samba”, comenta Chico, referindo-se também ao pioneirismo do grupo no uso de instrumentos como o banjo, o tantã, o repique de mão.
A nova geração do samba, representada pela cantora Marina Iris e pela porta-bandeira da Paraíso do Tuiuti, Dandara Ventapane, que é neta de Martinho da Vila, também reverencia o Cacique de Ramos como o grande berço do samba do Rio.
2 de 3 Marcelo D2 iniciou a carreira no rock, fez sucesso no rap, mas já gravou um álbum completo de samba — Foto: Reprodução TV Globo
Marcelo D2 iniciou a carreira no rock, fez sucesso no rap, mas já gravou um álbum completo de samba — Foto: Reprodução TV Globo
Até mesmo quem não tem suas raízes totalmente fincadas no samba, como o cantor Marcelo D2, já se renderam ao ritmo e a importância da região para a música. Para ele, o Cacique de Ramos é inspiração.
"Eu fui a primeira vez lá (em 1986) e vi essa rapaziada embaixo da tamarineira assim, foi algo marcante, mas que eu só fui me dar conta de quanto era marcante depois que eu me tornei músico. Eu vi o quanto o Cacique de Ramos era importante nesse lugar que eu ia me meter, que era fazer música", disse D2.
3 de 3 região da Igreja da Penha foi fundamental para nomes como Fundo de Quintal, Cacique de Ramos, Noel Rosa e Cartola — Foto: Reprodução TV Globo
região da Igreja da Penha foi fundamental para nomes como Fundo de Quintal, Cacique de Ramos, Noel Rosa e Cartola — Foto: Reprodução TV Globo
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