Bolsonaro demanda solução interna para chefia da Receita e nome de Vanessa Canado perde força
Em entrevista à TV Record exibida na noite de segunda, Bolsonaro repetiu que a demissão de Cintra ocorreu por conta da discussão pública sobre a CPMF (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em meio a uma recente pressão do presidente Jair Bolsonaro para que a Receita Federal busque uma solução interna na definição de um substituto para Marcos Cintra no comando do órgão, o nome da advogada Vanessa Canado perdeu o favoritismo para assumir o posto.
Segundo duas fontes da equipe econômica ouvidas pela Reuters, os nomes de auditores fiscais estão sendo agora escrutinados.
“Há mais de 10 bons nomes com plenas condições de conduzir a Receita”, disse uma das fontes, em condição de anonimato.
Segundo essa mesma fonte “tudo indica” que a escolha recairá sobre um servidor de carreira.
Em entrevista à TV Record exibida na noite de segunda, Bolsonaro repetiu que a demissão de Cintra ocorreu por conta da discussão pública sobre a CPMF.
“A única interferência minha agora na Receita é que eu quero alguém da Receita para estar à frente da Receita”, disse.
Para além do desafio de tocar a reforma tributária num momento em que tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado se debruçam sobre textos próprios, quem assumir a secretaria especial da Receita Federal também terá como missão promover uma pacificação interna do órgão.
Em meio a acusações de membros do Tribunal de Contas da União, Supremo Tribunal Federal e até do próprio Bolsonaro de que o Fisco estaria adotando critérios políticos em suas análises de dados, o número 2 do órgão caiu em agosto e foi substituído pelo auditor José Assis Ferraz Neto, que assumiu interinamente o lugar de Cintra.
Até segunda-feira, o nome de Canado ainda seguia no páreo, conforme apurou a Reuters. Ela é próxima do ministro da Economia, Paulo Guedes, e tem participado com frequência de reuniões com integrantes da equipe econômica para debate da pauta tributária.
Nesta manhã, por exemplo, esteve com o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. Na véspera, participou de encontro com vários membros da equipe econômica, incluindo o próprio Guedes.
No grupo de servidores da Receita que estavam sendo preparados para divulgação da reforma tributária, antes da queda de Cintra, estão nomes como o do coordenador-geral de Tributação, Fernando Mombelli, da chefe da Divisão de Contribuições Sociais Previdenciárias, Carmem da Silva Araújo, e do assessor da subsecretaria de Tributação Roni Peterson Bernadino de Brito.
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