Primeiro-ministro sul-coreano decide ir à posse do imperador japonês

Lee Nak-yon

A visita visa a atenuar as relações estremecidas entre as duas nações (Imagem: Andrey Rudakov/Bloomberg)

O primeiro-ministro sul-coreano Lee Nak-yon visitará Tóquio na próxima semana para participar do evento de entronização do imperador japonês, informou seu gabinete neste domingo. A visita é vista como um movimento para atenuar as relações estremecidas entre os dois vizinhos.

Lee visitará o Japão de 22 a 24 de outubro para a cerimônia, de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro. Seu itinerário inclui o evento de entronização em 22 de outubro, seguido de um banquete oferecido pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe em 23 de outubro.

O gabinete do primeiro-ministro também disse que Lee se reunirá com “funcionários importantes nos círculos político e comercial do 💥️Japão” e receberá os residentes e imigrantes coreanos no país.

Na semana passada, uma autoridade da Cheong Wa Dae (casa do governo coreano) disse que o presidente Moon Jae não compareceria ao evento, citando a posição de Tóquio em suas restrições comerciais contra Seul por uma questão histórica.

A decisão havia levantado a possibilidade de Lee comparecer à cerimônia.

“Seul fez tudo o que pôde para melhorar as relações entre Coreia e Japão”, disse uma autoridade do Cheong Wa Dae em uma entrevista por telefone com Yonhap: “Esperamos que a visita ajude a melhorar os laços”.

Seul e Tóquio se envolveram em uma guerra comercial depois que a Suprema Corte da Coreia do Sul ordenou que as empresas japonesas compensassem as vítimas sul-coreanas de trabalho forçado durante o domínio colonial japonês da Península Coreana entre 1910 e 1945.

O Japão lançou restrições às exportações contra a Coreia do Sul no início de julho, em aparente protesto contra o governo Moon Jae-in no tratamento da disputa histórica.

Seul reagiu impondo sey próprio esquema de controle de exportação e uma declaração à Organização Mundial do Comércio expondo os regulamentos de exportação do Japão.

O confronto dos dois países se estendeu a áreas além do comércio. Em agosto, Seul anunciou que encerraria o Acordo Geral de Segurança das Informações Militares (GSOMIA, em inglês).

GSOMIA, o primeiro pacto militar entre os dois principais aliados americanos após a libertação da Coréia do Japão em 1945, é considerado um importante mecanismo de cooperação em segurança entre Seul, Washington e Tóquio.

Se Lee encontrar seu colega japonês durante a cerimônia, marcará as primeiras negociações de alto nível entre os dois países desde o início da disputa.

A mídia japonesa informou que Abe está planejando se reunir com cerca de 50 convidados estrangeiros que visitarão Tóquio para a cerimônia. Abe está disposto a ter um breve encontro com Lee.

Lee e Abe compareceram à Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York no final de setembro, mas não conseguiram manter conversações.

No entanto, alguns analistas e funcionários do governo coreano foram cautelosos ao prever qualquer resultado tangível e proveitoso da visita de Lee.

“(A visita de Lee) para o evento de entronização é diferente das conversas oficiais, onde os dois lados se reúnem com medidas para resolver um problema”, disse outro funcionário da Cheong Wa Dae.

“Seria bom se a visita do primeiro-ministro provasse ser um evento otimista para as relações entre Coreia e Japão, mas é muito cedo para julgar os resultados”.

O primeiro ministro sul-coreano é conhecido como uma figura relativamente pró-japonesa.

Lee, que fala japonês fluentemente, trabalhou anteriormente como correspondente de Tóquio enquanto trabalhava como jornalista. Ele também é conhecido por ter uma extensa rede entre autoridades japonesas.

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