Disputa no BNDES inviabiliza meta de venda de R$ 30 bilhões este ano
Missão do novo diretor de crédito do BNDES é vender a carteira do banco de cerca de R$ 110 bilhões em ações de empresas (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)
O objetivo do 💥️governo do Brasil de vender até R$ 30 bilhões em 💥️ações pertencentes ao seu banco de desenvolvimento neste ano foi inviabilizado por uma disputa entre funcionários de carreira da instituição, conhecida como 💥️BNDES, e sua nova administração.
A controvérsia já resultou na saída do diretor de crédito, participações e investimentos, André Laloni, que assumiu seu cargo em julho com a missão de vender a carteira do banco de cerca de R$ 110 bilhões em ações de empresas como 💥️Vale (💥️VALE3), 💥️JBS (💥️JBSS3) ou 💥️Petrobras (💥️PETR3;💥️PETR4).
Enquanto o BNDES disse que Laloni pediu uma licença temporária por motivos pessoais, uma pessoa familiarizada com o assunto disse que o governo já está procurando alguém para substituí-lo.
Laloni, como diversos executivos anteriores do BNDES que tentavam alienar os ativos do banco, enfrentou oposição de funcionários de longo prazo responsáveis por avaliações de pré-venda e consultoria jurídica, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Sua primeira missão foi vender cerca de R$ 1 bilhão em ações do 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3) pertencentes a um fundo do Tesouro, em uma oferta conjunta com a 💥️Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
O departamento jurídico do banco foi contra. Em uma disputa sobre o assunto, a chefe do departamento, Luciana Tito, foi convidada a deixar seu cargo.
Laloni estava planejando substituir toda a equipe jurídica quando o presidente do banco, Gustavo Montezano, e seus diretores executivos votaram contra.
Joaquim Levy, indicado pelo atual Ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, não conseguiu se desfazer de ativos na velocidade desejada (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A disputa destaca as dificuldades políticas e técnicas do governo na venda de ativos prometidos aos investidores. Muitos presidentes anteriores do BNDES, incluindo 💥️Joaquim Levy, indicado pelo atual 💥️Ministro da Economia do Brasil, 💥️Paulo Guedes, não conseguiram se desfazer de ativos na velocidade desejada.
A ex-presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques, hoje chairman do 💥️Goldman Sachs no Brasil, e a ex-diretora Eliane Lustosa, também tetaram vender ações pertencentes ao BNDES.
Os funcionários do banco, que são contratados por meio de concurso público e não podem ser demitidos sem justa causa, criam dificuldades às vendas, disseram pessoas a par do assunto.
Esses funcionários argumentam, por exemplo, que os preços das ações no mercado nunca são altos o suficiente para a venda lentas ou dizem que o BNDES não deveria pagar comissões aos bancos de investimento em ofertas organizadas, disseram as pessoas.
O governo já percebeu que não conseguirá vender cerca de R$ 30 bilhões em ações pertencentes ao BNDES este ano, como esperado anteriormente, disse uma pessoa.
Como todas as vendas de participações do 💥️Tesouro Nacional em empresas devem seguir as mesmas regras do BNDES, que atua como agente do Tesouro, outras privatizações podem estar em risco, disse outra pessoa. Isso inclui a venda das Centrais Elétricas Brasileiras e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
O governo ainda espera que Montezano seja capaz de encontrar uma maneira de apaziguar os ânimos de seus funcionários e realizar as vendas planejadas de ativos, mesmo que em um ritmo mais lento.
Laloni, ex-executivo do 💥️UBS e do Goldman Sachs, assumiu como diretor do BNDES após conseguir vender rapidamente ativos de outro banco controlado pelo governo, a Caixa Econômica Federal.
Laloni e o BNDES não quiseram comentar.
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