Dólar caro ajuda o Brasil, mais do que atrapalha, neste momento

Ajuda: com economia mundial estagnada, câmbio elevado ajuda as exportações (Imagem: Pixabay)

Entender os motivos e, sobretudo, os efeitos do recorde nominal do 💥️dólar, que 💥️atingiu R$ 4,20 recentemente, requer sangue frio. Além de todo debate ideológico, o fato é que a alta da moeda americana é causada por motivos que não, necessariamente, refletem um problema estrutural do Brasil. Pelo contrário: neste momento, é possível que o 💥️câmbio mais ajude, do que atrapalhe, a recuperação.

Pelo menos, essa é a avaliação da maioria dos analistas que divulgaram relatórios nos últimos dias. Luiz Cesta, especialista da 💥️Inversa Publicações, por exemplo, afirma que “dessa vez, o câmbio desvalorizado é mais benéfico para o setor exportador e a retomada da economia do que do lado negativo de trazer de volta o fantasma da inflação.”

O motivo, para ele, é a ajuda que a desvalorização do real dará às 💥️exportações brasileiras, num momento em que a economia mundial patina com a guerra comercial entre 💥️Estados Unidos e 💥️China. Se, por um lado, a quantidade de produtos vendidos pode recuar ou ficar estagnada, por outros, a alta do dólar fará com que os exportadores brasileiros faturem mais em reais, no fim das contas – e é isso que importa.

💥️Sem pressão

💥️Em sua coluna no Money Times, Cesta acrescenta: “o mundo não está crescendo. Quando o mundo não cresce, não é alta a demanda por commodities. Se não há alta demanda por commodities, esses preços se depreciam diminuindo a pressão inflacionária.”

Logo, é verdade que os turistas pagarão mais caro pelas férias no exterior, mas, feitas as contas, a 💥️inflação não dará um salto por causa da moeda americana.

Exportações: dólar alto ajuda as empresas brasileiras a faturarem mais, num momento de queda do volume físico de vendas (Divulgação/ Portal Governo Brasil)

Há alguns anos, a alta do dólar seria vista como um sintoma claro de problemas na nossa economia. Mas, um sinal de que isso não é preocupante atualmente é que o risco-país continua comportado, como observa a 💥️MCM Consultores Associados, em relatório divulgado nesta sexta-feira (22).

A consultoria lembra, ainda, que esse foi um dos recados que o presidente do 💥️Banco Central, 💥️Roberto Campos Neto, deu aos senadores nesta semana, ao participar de uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos.

💥️Sem culpa

Há um certo consenso, entre os economistas, de que uma parcela importante da pressão sobre o câmbio provém do exterior. Primeiro, porque praticamente todas as moedas de países emergentes sentiram uma pressão de alta.

Segundo, a queda da taxa básica de juros 💥️(Selic) ao menor nível da história incentiva as empresas brasileiras a trocarem dívidas em dólar por novas, em reais. Por último, a desconfiança com a economia global leva os investidores a evitarem o risco – e a colocarem todos os emergentes no mesmo saco.

As perspectivas para o câmbio também são positivas. Num extenso relatório sobre as perspectivas brasileiras em 2023, divulgado nesta sexta-feira (22), o 💥️Goldman Sachs avalia que o real deve continuar “bem ancorado”, dados “o moderado desequilíbrio na conta corrente, os sólidos fluxos de investimento direto, próximos de 4% do 💥️PIB, o ambiente de baixa inflação, a recuperação do crescimento, a perspectiva de upgrade no rating soberano, e políticas mais amigáveis aos investimentos e ao mercado.”

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