Filho de bilionário russo aluga apartamento por US$ 500 mensais

Essa forma privilegiada de empreendedorismo ainda se destaca em um país onde titãs costumam empregar os filhos para ensinar as nuances de fazer negócio na Rússia (Imagem: Pixabay)

Seria difícil adivinhar que Alexander Fridman é filho da 11ª pessoa mais rica da 💥️Rússia. Ele paga US$ 500 por mês pelo aluguel de um apartamento de dois quartos nos arredores de Moscou e vai para o trabalho de metrô.

“Como, vivo, durmo e visto com tudo o que ganhei sozinho”, disse Fridman, de 19 anos, cujo pai, Mikhail Fridman, possui uma fortuna de US$ 13,7 bilhões, segundo o Índice de Bilionários Bloomberg.

O jovem Fridman retornou a Moscou no ano passado, depois de concluir o segundo grau em uma escola nos arredores de Londres. Há cinco meses, ele fundou a SF Development, uma distribuidora com cinco funcionários e receita de US$ 405 mil.

Outra empresa distribui produtos de narguilés para restaurantes de Moscou. E há a BloggerPass, uma plataforma de marketing on-line que deve estrear no próximo mês.

Embora esteja tocando seu negócio sem a interferência do pai, Alexander certamente está se beneficiando de seus contatos. A SF Development distribui produtos para lojas de varejo do pai, além de outros clientes. Fridman não vê dessa maneira, dizendo que os gerentes não colocam mercadorias nas prateleiras só porque ele é filho do proprietário.

Essa forma privilegiada de empreendedorismo ainda se destaca em um país onde titãs costumam empregar os filhos para ensinar as nuances de fazer negócio na Rússia.

Olga Rashnikova, 42 de anos, filha do magnata do aço Victor Rashnikov, está no conselho de administração da Magnitogorsk Iron & Steel Works. Andrey A. Guryev, 37 anos, é diretor-presidente da Phosagro, uma fabricante de fertilizantes fundada pelo pai, Andrey G. Guryev.

Mudando de mãos

E também há aqueles que já transferem fortunas para seus herdeiros.

Globalmente, os ultrarricos se preparam para embarcar na maior transferência de patrimônio da história. A Rússia se destaca porque o marco legal do país oferece pouco apoio àqueles que procuram transferir fortunas. Por isso, o ambiente de negócios depende de acordos e garantias informais.

“Meu pai me disse que, em nosso país, os negócios e a política estão profundamente entrelaçados”, disse Alexander, acrescentando que seu pai sempre disse a ele que planeja doar seu patrimônio para caridade. “Vivi entendendo de que não herdaria nenhuma fortuna.”

Mikhail Fridman é um dos fundadores do Alfa Group, fundado com dois colegas de faculdade, German Khan e Alexey Kuzmichev, nos últimos dias do comunismo.

Agora, a empresa de investimentos detém participações no Alfa Bank, o quinto maior banco da Rússia, e na X5, a maior varejista de alimentos do país. Em 2013, ele cofundou a LetterOne para investir os US$ 14 bilhões que sua empresa levantou com a venda de seu projeto de petróleo com a BP à Rosneft, controlada pelo Kremlin.

Fridman também é conhecido como um dos empresários mais ousados da Rússia.

“Administramos nossos negócios de forma agressiva, mas justa”, disse Alexander Fridman em resposta a uma pergunta sobre as lições que aprendeu com o pai. “Meu pai também sempre me disse: ‘Tenho parceiros em todos os projetos. Se você quiser ganhar, precisa ser capaz de compartilhar’.”

Ano sabático

O jovem Fridman planejava começar a estudar em setembro na Stern School of Business, da Universidade de Nova York, mas decidiu fazer um ano sabático. Agora está pensando em renunciar totalmente à NYU para se dedicar às suas empresas em período integral.

“Tenho amigos que se formaram em Yale e agora têm 23 anos e que ganham de US$ 80 mil a US$ 100 mil trabalhando 16 horas por dia”, disse. “Você pode ganhar mais dinheiro e de uma maneira mais inteligente.”

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