Prisão de Queiroz coloca mais pressão em momento crítico para Bolsonaro

Fabricio Queiroz

A operação que levou à prisão de Queiroz e revelou que o ex-assessor de Flávio estaria sendo escondido pelo advogado ligado à família Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A 💥️prisão de Fabrício Queiroz na casa de Frederick Wassef, advogado de 💥️Flávio Bolsonaro, é mais uma peça em um jogo que tem deixado o presidente 💥️Jair Bolsonaro 💥️ainda mais na defensiva e pode fazê-lo investir cada vez mais no que o elegeu: as redes sociais e a massa bolsonarista fiel.

A operação que levou à prisão de Queiroz e revelou que o ex-assessor de Flávio estaria sendo escondido pelo advogado ligado à família Bolsonaro traz a crise do escândalo da “rachadinha” na Assembleia Legislativa do 💥️Rio de Janeiro para dentro do Palácio do Planalto, algo que Bolsonaro sempre tentou evitar.

O desdobramento ocorre em uma semana em que o presidente viu mais uma operação da 💥️Polícia Federal atingir diretamente seus aliados mais fiéis — 💥️inclusive com a quebra de sigilos, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de 11 parlamentares da base mais fiel do governo. A investigação, sobre o financiamento e organização de atos antidemocráticos, se soma ao inquérito sobre produção de 💥️fake news que também atingiu em cheio grupos bolsonaristas fiéis.

Depois de partir para um confronto direto, ao menos em palavras, 💥️com o STF, com críticas aos ministros Alexandre de Moraes e 💥️Celso de Mello, Bolsonaro foi aconselhado a evitar novos conflitos. A operação de terça-feira, no entanto, fez o presidente afirmar a apoiadores, no dia seguinte, que “eles estão abusando” a “olhos vistos”.

À tarde, ao dar posse ao novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, Bolsonaro fez questão de lembrar que tem “grande parte da população confiante no nosso trabalho”, enquanto tinha a seu lado 💥️Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, e 💥️Dias Toffoli, presidente do STF.

“Começo cumprimentando o povo, que dá o nosso norte, que nos inspira pela democracia e acima de tudo a liberdade. Não são as instituições que dizem o que o povo deve fazer, é o contrário, o povo que diz o que as instituições devem fazer”, destacou.

Nesta quinta, voltou ao mote: “Eu faço o que o povo quiser”, afirmou em um vídeo em que o agora ex-ministro da Educação, 💥️Abraham Weintraub, 💥️anunciava sua saída do governo.

Weintraub e Bolsonaro

“Eu faço o que o povo quiser”, afirmou em um vídeo em que o agora ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub (Imagem: Twitter/Weintraub)

Ainda nesta semana, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (💥️TSE) incluiu na pauta da próxima terça-feira o julgamento de uma ação que pede a cassação da chapa presidencial Bolsonaro-Mourão, movida pelo PT, que alega o uso de outdoors com padrões em favor da campanha vitoriosa em 2018. Essa é a terceira das oito ações que tentam cassar a chapa Bolsonaro-Mourão que vai a julgamento pelo TSE.

Com uma crise atrás da outra, o presidente tenta revigorar as bases bolsonaristas nas redes sociais que foram essenciais na sua eleição. A participação nos atos a seu favor que passaram a ser feitos todos os domingos em Brasília ajudou a tentar aquecer os grupos, mas não conseguiu criar um movimento de peso em defesa do governo.

Ao contrário, grupos opositores começaram a se organizar e, mesmo em meio à epidemia do novo coronavírus, conseguiram reunir nas ruas mais gente que os grupos bolsonaristas.

A operação que 💥️mirou blogueiros, youtubers e parlamentares aliados a Bolsonaro conseguiu, esta semana, revigorar um pouco essa base nas redes sociais.

O levantamento mais recente da Sala de Democracia Digital da Fundação Getúlio Vargas, feito na terça-feira, mostra que os perfis de apoio ao governo se mantêm abaixo dos 20% no debate nacional desde o início deste ano, mas na terça-feira, dia da operação que atingiu justamente esses grupos, foram responsáveis por 51% das postagens e retuítes.

Nesta quita, no entanto, o escândalo da prisão de Queiroz baixou os ânimos. Eduardo e Carlos, os filhos de Bolsonaro mais ativos nas redes, 💥️não entraram no debate e praticamente passaram o dia sem novas postagens. Os grupos bolsonaristas não conseguiram emplacar nenhuma hashtag em defesa do governo, e o debate foi dominado por críticos ao governo.

Queiroz

Nesta quita, no entanto, o escândalo da prisão de Queiroz baixou os ânimos (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O mote de que foi eleito por 57 milhões de votos & desconsiderando que outros 89 milhões de eleitores não o escolheram& é usado pelos bolsonaristas nas redes sociais para vender ainda a ideia de que o presidente tem, por trás das suas ações, um apoio popular forte, o que não aconteceria com os demais Poderes.

Com uma rede de influenciadores digitais, blogueiros e youtubers & muitos deles acusados de produzir notícias falsas& , os bolsonaristas movimentam as redes em defesa do governo, subindo hashtags e passando a impressão de um apoio ao governo maior do que o existente na realidade.

De acordo com as últimas pesquisas, no entanto, o grupo que ainda considera o governo bom ou ótimo tem aparecido abaixo dos 30% e, mesmo nas redes sociais, o governo não consegue mais dominar a narrativa.

Sem conseguir uma estratégia de defesa convincente, o Planalto nesta quinta-feira optou pelo silêncio.

O que você está lendo é [Prisão de Queiroz coloca mais pressão em momento crítico para Bolsonaro].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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