Qual é a diferença entre a criptomoeda da China e o bitcoin?

Se DCEP tiver ampla adesão, pode ameaçar o bitcoin como o sistema de dinheiro eletrônico ponto a ponto que Satoshi Nakamoto desenvolveu? (Imagem: Crypto Times)

Um termo muito comum na indústria cripto é a sigla 💥️CBDC (“moedas digitais emitidas por banco centrais”), que são 💥️criptomoedas emitidas e controladas por governos, consideradas como complementos, 💥️e não substituições, às moedas nacionais (“fiduciárias”).

Isso porque muitos governos não confiam no 💥️bitcoin, pois é uma criptomoeda 💥️descentralizada, ou seja, foi programada para funcionar “sozinha”, sem uma autoridade que possa alterar suas funções quando for conveniente.

💥️Criptoativos: utopia ou distopia?

Em 2023, o governo 💥️chinês começou a dar indícios de emitir sua própria criptomoeda, o 💥️yuan digital — também chamado de sistema 💥️DCEP (“Moeda Digital/Pagamento Eletrônico”).

Ainda não existem muitos detalhes sobre o yuan digital, mas grandes cidades chinesas estão realizando 💥️testes-piloto.

Em outubro, para testar a viabilidade e 💥️tecnologia da DCEP, 💥️a cidade de Shenzhen realizou uma espécie de loteria, pedindo que usuários se cadastrassem no sistema para concorrer a US$ 1,5 milhões em yuans.

Segundo o Decrypt, essa “mega-sena” permitiu que o país analisasse mais de 6,7 mil casos de uso para o yuan digital, como pagamentos de contas, serviços de buffet, transportes, compras e serviços governamentais.

DCEP é uma das soluções tecnológicas e financeiras mais ambiciosas até hoje pois, devido à constante impressão de dólar americano, 💥️a maior moeda do mundo pode estar com os dias contados.

“Bitcoiners”, defensores do bitcoin, consideram CBDCs uma bênção, mas também uma maldição. Por um lado, pode impulsionar a adesão de moedas digitais como um todo mas, por outro, a natureza centralizada das CBDCs vai contra o “ethos” de criptomoedas como o bitcoin.

O bitcoin foi criado para dar autonomia financeira àqueles que sofrem com altas taxas bancárias. Já DCEP é completamente o oposto (Imagem: Freepik/macrovector)

Decrypt questiona: se DCEP tiver ampla adesão, pode ameaçar o bitcoin como o 💥️sistema de dinheiro eletrônico ponto a ponto que 💥️Satoshi Nakamoto desenvolveu? É bem improvável.

Tanto o bitcoin como a DCEP são moedas digitais mas, por serem emitidas por entidades completamente diferentes, têm “filosofias” divergentes:

& bitcoin: lançado por um 💥️criptógrafo anônimo para facilitar transações internacionais, sem o intermédio de entidades centralizadas;

& DCEP: sistema criado pelo banco central da China para 💥️digitalizar a circulação do dinheiro físico pelo país, garantindo que o governo tenha controle completo sobre o “caminho” feito por cada centavo do yuan digital.

Em relação aos casos de uso, DCEP será usado de acordo com a preferência do governo chinês, como a “mega-sena” da cidade de Shenzhen, cujos ganhadores poderiam gastar seus yuans 💥️apenas em comércios específicos.

Já o bitcoin, por outro lado, 💥️é governado por um mecanismo de consenso, que dita a sua funcionalidade.

Não pode ser simplesmente distribuído para milhões de usuários nem ser definido por uma parte central. Foi programado para ter 💥️apenas 21 milhões de unidades, que são emitidas por meio do processo de 💥️mineração.

E se o sistema DCEP for uma via de acesso para o bitcoin? Todo esse dinheiro digital não facilitaria a transferência de uma carteira para outra? Esse é o atrativo das 💥️stablecoins, moedas digitais pareadas a uma moeda nacional, como tether (💥️USDT) e USD Coin (💥️USDC), pareadas ao dólar digital.

Porém, a China sempre foi contra o bitcoin — “💥️blockchain, e não bitcoin” —, então o sistema de transferências não seria tão descentralizado como o do bitcoin.

Quando você transfere bitcoins de sua carteira, seu nome não aparece no 💥️blockchain (como em uma transferência bancária), e sim um endereço alfanumérico, garantindo privacidade e segurança.

Porém, DCEP é supervisionada pelo governo chinês, então qualquer quantia enviada seria facilmente identificada pelas autoridades.

A China é conhecida por bloquear qualquer tipo de conteúdo relacionado a criptomoedas descentralizadas na internet, algo que só atiçou a curiosidade de usuários.

Além disso, a região é famosa por concentrar a maior parte de mineração de bitcoin, devido ao baixo custo pelo consumo de energia elétrica, muito necessária para a operação de grandes máquinas de mineração.

Decrypt conclui:

DCEP não poderia ter sido criada sem o bitcoin; a visão original de Satoshi Nakamoto inspirou muitas instituições a irem atrás de criptomoedas, de uma forma ou de outra.

Após muitos anos observando instituições privadas lançarem 💥️tokens, o governo chinês se tornou um pioneiro em CBDCs.

Porém, seu yuan digital e centralizado é algo completamente diferente do bitcoin e, provavelmente, ambos irão coexistir em vez de competirem diretamente entre si.



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