Processadoras de soja dos EUA fazem compras extras; disputa por oferta é iminente

Soja

Manda quem tem soja. Se no final você tem soja, você pode tomar as decisões. Se não tiver soja, terá escolhas limitadas e estará à mercê das decisões dos outros (Imagem: REUTERS/Dan Koeck)

As processadoras de 💥️soja dos 💥️Estados Unidos, que acabaram de deixar o ano mais movimentado de sua história, registraram em poucas semanas compras da oleaginosa em níveis bem superiores aos normais, devido à crescente demanda por exportações, ao aumento dos preços e aos temores de que haja escassez no final desta temporada, disseram operadores e analistas.

O movimento agressivo de compras prenuncia uma já aguardada batalha pelo grão entre exportadores e processadoras durante primavera e verão locais, o que deve fazer com que os preços subam ainda mais e pode resultar em raras importações pelos EUA segundo maior produtor e exportador de soja do mundo.

Ao menos uma processadora da região leste do Meio-Oeste norte-americano já reservou os volumes de soja que serão necessários até maio, “o máximo na história da empresa”, disse um comercializador da oleaginosa, que pediu para não ser identificado.

Acredita-se que outras unidades de esmagamento que transformam grãos de soja em ração para o gado e em óleo para cozinha e produção de biocombustíveis tenham reservado suas necessidades da oleaginosa para períodos de 60 dias ou mais, contra os habituais intervalos de 30 dias a 40 dias, segundo fontes da indústria.

A disputa pela oleaginosa ocorre em momento em que exportações recordes de soja dos EUA e níveis de esmagamento historicamente elevados no país reduziram a oferta, levando os preços aos patamares mais altos desde 2014.

Preocupações com a safra da América do Sul, devido ao tempo seco, aumentaram ainda mais os temores com a oferta e a segurança alimentar global durante a pandemia de 💥️coronavírus.

A escala das compras antecipadas, que os esmagadores não costumam divulgar por razões competitivas, revela o grau de preocupação dos responsáveis pelas compras de mais de metade da safra norte-americana com a redução da oferta de soja.

Ela também sugere que as processadoras estão cada vez mais propensas a diminuir as taxas de esmagamento, comprar soja de exportadores ou serem forçadas a importar suprimentos com um prêmio antes da próxima colheita dos EUA.

“Manda quem tem soja. Se no final você tem soja, você pode tomar as decisões. Se não tiver soja, terá escolhas limitadas e estará à mercê das decisões dos outros”, disse Kent Woods, proprietário da consultoria CrushTraders Market Info.

As processadoras da região ocidental do Meio-Oeste têm soja reservada para 60 dias a 90 dias, enquanto a cobertura no Meio-Oeste oriental é ainda maior, disse Woods, citando conversas com os esmagadores e consumidores de produtos à base da oleaginosa.

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