MSD Saúde Animal cresce na esteira do ‘boom’ da exportação de carnes do Brasil

Gado em Paulínia

O Brasil é beneficiado em exportação porque existe uma maior demanda de proteína animal pela China (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Com pecuaristas mais capitalizados em meio a recordes nos preços da arroba e nas 💥️exportações das carnes bovina e suína no Brasil, a 💥️MSD Saúde Animal viu seu faturamento crescer 5% no ano passado e espera um desempenho ainda melhor em 2023, à medida que o setor de produtos veterinários segue o embalo da forte demanda da 💥️China por proteínas.

Segundo o presidente da operação brasileira da MSD, Delair Bolis, a receita de vendas fechou 2023 com cerca de 1,2 bilhão de reais, e a meta é alcançar de 1,5 bilhão a 1,6 bilhão de reais em 2023.

Para 2023, o executivo evitou dar detalhes, mas disse que as expectativas da empresa estão em linha com o crescimento de 7,6% esperado pelo mercado, cuja robustez abre caminho para possíveis expansões e aquisições no país.

“O Brasil é beneficiado em exportação porque existe uma maior demanda de proteína animal pela China… isso vai fazer com que o mercado continue aquecido pelo menos por mais um ou dois anos”, disse o executivo à Reuters, ao considerar que há uma perspectiva positiva para toda a cadeia.

Ele afirmou que os chineses possuem um plano estratégico para aumentar a produção de porcos no país, devido ao surto de peste suína africana que acomete os plantéis desde 2018.

Porém este processo de reposição de rebanho leva tempo e, até que se estabeleça, a demanda por carnes do Brasil tende a permanecer.

“Outro aspecto é que a partir do momento em que subiu o preço da carne de boi do Brasil, com um impacto econômico da pandemia, o consumidor migrou para o consumo da carne suína e de frango no mercado interno”, acrescentou Bolis.

De acordo com o CEO, o Brasil conta com a segunda maior operação da MSD Saúde Animal no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No mercado brasileiro, a companhia é líder em vacinas de aves, suínos e ruminantes.

A área de ruminantes responde por 55% do faturamento, enquanto os suínos ficam com 14% e aves, 11%. Além disso, há atuação nos segmentos de animais de companhia e aquacultura.

Bolis ressaltou que a pecuária bovina foi positivamente impactada pelas exportações e preços altos, mas também sente um efeito negativo vindo do programa de retirada gradativa da vacinação contra febre aftosa no país.

Sozinho, o imunizante representava 10% do faturamento da área de ruminantes da empresa no Brasil.

Em contrapartida, a participação dos produtos para suínos no faturamento aumentou em 2023 de 12% para os atuais 14%, na esteira deste movimento de exportações mais aquecidas.

Capitalizados, os criadores ampliam investimentos na produção e produtividade dos animais, com cuidados que incluem melhorias na saúde.

“O mercado de suínos, assim como de aves, tem uma tendência de utilização cada vez maior de vacinas e menos em microbióticos”, disse o executivo. “Não significa que outras unidades não vão crescer, mas é uma tendência”, acrescentou.

As exportações de carne suína do Brasil atingiram um recorde de 1,021 milhão de toneladas em 2023, alta de 36,1% em relação ao ano anterior, segundo a associação ABPA.

No mercado de bovinos, os embarques do ano passado tiveram recorde de 2,016 milhões de toneladas, conforme a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), e a expectativa é de avanço de mais 5% em volume em 2023.

Já o preço da arroba do boi gordo renovou a máxima histórica nesta segunda-feira, ao ultrapassar 300 reais, de acordo com o indicador Cepea/B3, elevando o poder de compra de insumos do pecuarista para investimento nos rebanhos.

Expansão

Entre os planos a curto prazo, a MSD investirá 10 milhões de reais na expansão de sua fábrica em Joinville (SC) e a unidade será responsável pela gestão de dados e “inteligência de informações”.

“As tecnologias permitem acesso a dados e percepções acionáveis em tempo real para ajudar e aprimorar o gerenciamento e os resultados de saúde animal… tecnologia para ajudar nossos clientes a identificar, monitorar e rastrear o gado da fazenda à (carne na) mesa.”

Bolis ainda disse que a companhia está criando uma unidade de negócios para incorporar as aquisições, pois este mercado vai continuar aquecido.

“O nosso grande DNA é inovação e desenvolvimento de novos produtos… Aquisições sempre estão no nosso radar, a gente sempre está olhando, a gente sempre está conversando”, afirmou, sem dar mais detalhes sobre as próximas apostas.

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