Rússia acusa EUA pelo "sofrimento de milhões de civis no Médio Oriente e noutras regiões do mundo", após veto
A Rússia criticou severamente os Estados Unidos após o veto americano a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apelava a um cessar-fogo imediato em Gaza. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, a decisão dos EUA é diretamente responsável pela continuidade da violência no Médio Oriente, que já provocou milhares de vítimas civis.
“Washington rejeitou mais uma vez a possibilidade de interromper o terrível derramamento de sangue em Gaza, que já causou 44 mil mortos e 104 mil feridos, a maioria mulheres e crianças”, declarou o ministério russo numa nota emitida esta quinta-feira. As estatísticas foram citadas do Ministério da Saúde de Gaza.
A resolução vetada pelos EUA tinha sido apoiada por 14 dos 15 membros do Conselho de Segurança, incluindo os 10 membros não permanentes e 4 dos permanentes. Contudo, como membro permanente, os EUA bloquearam a adoção do texto ao utilizarem o seu poder de veto.
A proposta de resolução apelava a um cessar-fogo “imediato, incondicional e permanente”, à libertação de “todos os reféns” e ao compromisso de Israel em garantir o acesso a “serviços básicos e assistência humanitária” para a população de Gaza.
A Rússia, que apoiou a resolução, apontou o veto americano como prova de uma política internacional desequilibrada. “Tal votação fala por si”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia. “Não há ilusões nem dúvidas de que são as ações dos Estados Unidos a principal e, de facto, única razão para a escalada da violência e do sofrimento de milhões de civis no Médio Oriente e noutras regiões do mundo.”
💥️Justificação dos EUA para o veto
Robert Wood, embaixador alternativo dos EUA na ONU, explicou que o país não podia apoiar um cessar-fogo incondicional que não garantisse a libertação dos reféns. “Como este Conselho já apelou, o fim duradouro da guerra deve vir acompanhado da libertação dos reféns”, afirmou durante a sessão em Nova Iorque.
Wood argumentou ainda que a adoção da resolução poderia transmitir “uma mensagem perigosa ao Hamas”, interpretada como uma validação da sua “estratégia cínica” de manipulação da comunidade internacional para esquecer os mais de 100 reféns.
A Rússia reafirmou a sua intenção de continuar os esforços no Conselho de Segurança e noutras plataformas internacionais em busca de um cessar-fogo imediato. “O objetivo é evitar a expansão do confronto e alcançar uma paz duradoura e sustentável na zona do conflito árabe-israelita, baseada num quadro jurídico internacional universalmente reconhecido”, concluiu o governo russo.
O veto americano gerou indignação em vários países e renovou o debate sobre a eficácia do sistema de veto no Conselho de Segurança, que permite a qualquer um dos cinco membros permanentes bloquear resoluções de interesse global.
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