Santander passa a ver Selic em 5,5% e avalia que câmbio pode ajudar no cumprimento da meta de inflação
Então, na ausência de uma ruptura fiscal, o ritmo de alta do juro de 0,75 ponto percentual não deve permanecer por muito tempo (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
O 💥️Santander (💥️SANB11) 💥️Brasil elevou a 5,50% a projeção para a 💥️Selic ao término de 2023, ante 4,00% do cálculo anterior, incorporando aumento adicional de 0,75 ponto percentual dos 💥️juros em maio e elevações de 0,50 ponto em cada uma das quatro reuniões de política monetária seguintes.
Na noite de quarta-feira, o 💥️Banco Central surpreendeu parte dos analistas ao elevar a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano, na primeira alta de juros em cerca de seis anos.
Ainda assim, o 💥️Copom falou em “processo de normalização parcial” da política monetária, sugerindo que a taxa não subirá a ponto de zerar o estímulo monetário neste ano.
De acordo com Mauricio Oreng, economista do Santander que assina o relatório, uma interpretação possível da decisão do Copom de começar o aperto monetário em ritmo mais forte seria um desejo de fazer o canal da taxa de câmbio efetivo no sentido de atenuar o impacto do choque das commodities sobre os preços da economia.
“O BCB se mostrou disposto a fazer o mais recente movimento na política monetária para evitar o rompimento do teto da banda de tolerância da meta de inflação de 2023. E talvez o câmbio seja o único elemento que possa ajudar nesta conjuntura (dadas as defasagens usuais da política)”, disse Oreng.
Ele ponderou, contudo, que o canal do câmbio é “traiçoeiro” e “nem sempre confiável”, uma vez que é afetado por muitas outras variáveis particularmente os riscos fiscais, segundo Oreng.
Além disso, continuou, em cenários de normalidade a resposta do câmbio a acréscimos nos juros é mais forte com a taxa abaixo do EBL (effective lower bound, patamar de juros abaixo do qual a política monetária perde eficácia) e tende a se tornar mais fraco acima dele.
“Então, na ausência de uma ruptura fiscal, o ritmo de alta do juro de 0,75 ponto percentual não deve permanecer por muito tempo, e vemos elevações de 0,50 ponto a partir de junho”, disse Oreng, que vê um processo de normalização monetária em dois estágios, com uma pausa depois da reunião de outubro de 2023.
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