Pré-Mercado: A Super Quarta chegou!

Coisa de Super Quarta: decisão de política monetária para todo lado | Os Incríveis (2004)

💥️Oportunidades do dia

💥️Não perca o título inédito de hoje da Semana da Renda Fixa 

Na segunda, 122% do CDI. Ontem, um CDB que chegava a pagar IPCA+7,19% contando o cashback. Se você aproveitou cada um desses, hoje tem mais uma oportunidade inédita em renda fixa para você. E se você ainda não aproveitou, agora é a hora! 

[💥️CHECAR DISPONIBILIDADE]

Trade do Dia

ARZZ3: [Entrada] R$ 80.27; [Alvo parcial] R$ 82,66; [Alvo] R$ 85.73; [Stop] R$ 76.59 

A presença de um engolfo após uma pequena correção, associado ao aumento do volume negociado, pode confirmar um novo canal de alta e continuação do momentum positivo para este papel.

Observações:

1) Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje. 

2)  Caso haja um gap de alta na abertura, considerar este como novo preço de entrada.

3) Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.

4) Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação deve ser encerrada imediatamente.

💥️Bom dia, pessoal!

O dia é de forte alta no mercado internacional, com ativos asiáticos encerrando o pregão desta quarta-feira (16) se recuperando após a China se comprometer a apoiar o mercado de ações e o crescimento econômico, depois que os novos lockdowns assustaram investidores do mundo inteiro. A volatilidade dos últimos dias é uma prova de como os mercados têm estado bem bagunçados, trocando de tema principal com bastante frequência — de política monetária para guerra, de guerra para pandemia e de pandemia para estímulos fiscais chineses.

Os ativos europeus acompanham o compasso de otimismo, assim como os futuros americanos e as commodities globais, que também conseguem sustentar altas nesta manhã — o contrato de petróleo Brent voltou a ficar acima de US$ 100 por barril, depois de ontem (15) ter furado para baixo tal marca por temores relacionados à demanda global. Diante do humor positivo, o Brasil tem espaço para embarcar na dinâmica global, principalmente impulsionado pela alta das commodities.

Ainda assim, o dia promete. Na Eurásia, investidores ficam atentos hoje à continuidade das negociações entre a Ucrânia e a Rússia, enquanto também esperam que os russos iniciem um processo que levará ao default (calote) hoje (US$ 117 milhões em dois títulos) — depois das sanções, os riscos sistêmicos de um default provavelmente serão baixos. Já no Ocidente, contamos com as reuniões de política monetária do Brasil e dos EUA, que possuem o poder de inverter o tom positivo caso surpreendam.

A ver…

Dovish ou hawkish?

Enquanto a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado discute o parecer do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) à proposta de reforma tributária, que não é considerada como plausível pelo mercado para um ano eleitoral (nada muito estruturalmente reformista deve acontecer em Brasília nos próximos meses), investidores ficam atentos à conclusão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia a taxa básica de juros (Selic).

A recente queda do petróleo dos patamares anteriormente flertados, da ordem de US$ 140 por barril no último final de semana, fez com que os investidores concentrassem suas apostas em uma alta menos forte, de 100 pontos-base para 11,75% ao ano de Selic. Mais importante que isso será o comunicado que acompanha a decisão, o qual provavelmente nos indicará até onde podemos chegar com a taxa de juros, sendo que 13,25% já não é mais improvável para a Selic terminal.

Tanto a reunião brasileira como a americana ocorrem em meio às incertezas da guerra na Ucrânia e uma nova onda de Covid, movimentos que são relevantes e podem muito bem ter impacto na atividade econômica, o que deixa os bancos centrais em uma situação bem complicada. De um lado, eles precisam subir juros para controlar a inflação e, de outro, não podem subir muito os juros uma vez que a falta de estabilidade nos preços por si só já é um fator de desaceleração econômica.

É hora de Fomc

Hoje, nos EUA, a reunião do Federal Reserve deve aumentar as taxas em 25 pontos-base para a faixa entre 0,25% e 0,50% (nos EUA, o sistema funciona em bandas). Será o primeiro aumento de juros do Fed desde 2018.

Como já conversamos, porém, o Fed tem duas opções de política contraditórias com preços de commodities mais altos:

    i) Se o Fed se preocupar com uma espiral de custos salariais/preços, precisará empurrar o crescimento abaixo da tendência, elevando o risco de recessão; eii) Se o Fed se preocupar com as mudanças na demanda, desacelerando o crescimento e aumentando o desemprego, ele apertará sua política monetária com mais cautela.

Mais importante que a decisão em si será a coletiva de imprensa com o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, que começa meia hora depois, bem como a divulgação do famoso “gráfico de pontos” (mais sobre isso na última seção).

Para todo o ano de 2022, os mercados estão precificando um pouco mais de 1,75 ponto percentual de aumentos nas taxas, o que colocaria a meta de taxa de juros do banco central entre 1,75% e 2% no final do ano, saindo da sua faixa em zero na atualidade.

A volatilidade de curto prazo e o risco de recessão

Ultimamente, temos ouvido com certa frequência sobre os temores do mercado derivados do conflito entre Ucrânia e Rússia, que poderia levar as economias desenvolvidas à recessão ou ao menos reduzir consideravelmente os lucros das empresas e a disponibilidade de renda das famílias.

Tanto é verdade que Marko Kolanovic, estrategista-chefe de mercados globais do J.P. Morgan, teve que escrever sobre o tema hoje, indicando achar importante lembrar em que caminho estávamos antes do início da crise. De fato, anteriormente, a economia global estava a caminho de acelerar acentuadamente na reabertura da última onda de Covid-19, que aconteceu no final do ano passado.

Dessa forma, apesar das condições tumultuadas atuais, investidores deveriam entender que muitos riscos já estão precificados, o sentimento está deprimido e o posicionamento dos investidores é baixo. Por isso, ajustes de posições indiscriminadamente agora poderiam atuar contra o investidor.

Outro fator positivo, que impulsiona os mercados nesta manhã, é que a segunda maior economia do mundo (China) está aumentando o estímulo enquanto a maioria dos outros países está apertando, fornecendo um vento favorável de reabertura econômica e sendo relativamente menos afetada pela guerra na Ucrânia.

Anote aí!

Os eventos mais importantes de hoje são os comitês de política monetária no Brasil e nos EUA, acompanhados pelos respectivos comentários adicionais das autoridades. Fora isso, aqui no Brasil, contamos com duas prévias inflacionárias, o IGP-10 e o IPC-S para março, bem como a pesquisa mensal de serviços do mês de janeiro.

Nos EUA, teremos dados de vendas no varejo para fevereiro e o Índice de Confiança das Construtoras em fevereiro. Ainda no exterior, a Agência Internacional de Energia divulga relatório mensal, podendo ter comentários interessantes sobre os efeitos a longo prazo da guerra na Ucrânia.

Muda o que na minha vida?

Além da decisão do Fed e da fala de Jerome Powell, vamos obter algumas informações sobre o que os membros do Fomc esperam para o resto do ano também. Será divulgado mais um Resumo de Projeções Econômicas, que contempla o chamado “gráfico de pontos” (“dot plot”) e que agrega as previsões dos membros do Fed para o crescimento do PIB, a taxa de desemprego, a inflação e a taxa de fundos federais.

As últimas projeções do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto) em dezembro mostraram uma projeção mediana de 75 pontos-base de aumento das taxas em 2022 e outros 75 pontos em 2023. Com o quadro de inflação ainda mais grave agora do que há três meses e as autoridades do Fed cada vez mais focadas em combatê-la, é muito provável que essa previsão suba.

Se for mais do que o 1,75 ponto percentual precificado na curva de juros pelo mercado para 2022, isso enviaria uma sinalização hawkish e poderia lançar os rendimentos dos títulos de curto prazo para patamares muito mais altos e machucar ativos de risco, principalmente as ações cíclicas e de crescimento (tecnologia, especialmente).

Qual será o impacto no crescimento econômico dos EUA em 2022 como resultado de preços mais altos de petróleo e gás e novos bloqueios nos principais elos das cadeias de suprimentos globais de manufatura? Será negativo, mas responder a isso requer precisamente fazer chamadas sobre geopolítica (guerra Rússia-Ucrânia) e epidemiologia (restrições chinesas à Covid-19), temas distantes do mercado.

A inflação, enquanto isso, está atingindo as máximas de quatro décadas, com o recente aumento nos preços das commodities e os gargalos contínuos da cadeia de suprimentos apenas atiçando as chamas. Essas não são forças no controle do banco central e não serão corrigidas por mudanças nas taxas de juros. Por isso, apesar de elevar a taxa de juros e normalizar sua política monetária, o Fed não deverá querer provocar o mercado, se tornando mais comedido do que antes.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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