José Roberto Kracochansky: “Companhias podem oferecer produtos financeiros sem precisar de um banco”
CEO e fundador da Jazz Tech, José Roberto Kracochansky fala da evolução dos serviços financeiros de empresas que atuam oferecendo produtos na área de Banking as a Service (Divulgação)
💥️José Roberto Kracochansky é desde 2023 CEO e fundador da 💥️Jazz Tech, empresa de 💥️✅Banking as a Service (“Banco como Serviço”, em tradução livre). Seu objetivo é permitir que qualquer companhia possa oferecer 💥️produtos financeiros sem precisar de um 💥️banco ou de uma 💥️instituição financeira. “É como ter um banco embutido no seu 💥️negócio, sem precisar, para isso, estar qualificado para ser um banco”, diz ele.
Em termos mais práticos: sabe quando você usa o cartão de uma loja de departamento? Tem Banking as a Service envolvido para funcionar.
Outras empresas que usam o serviço são operadoras de 💥️viagem, 💥️mercado imobiliário e fabricantes de 💥️smartphone. Em todos esses casos, a empresa continua oferecendo os benefícios e serviços próprios, mas adicionam um produto financeiro. “É a ‘✅fintechização’ de qualquer negócio”, resume o empresário.
Na entrevista a seguir, Kracochansky detalha as perspectivas do Banking as a Service e como o avanço do 💥️Open Finance — liberdade de compartilhar dados financeiros entre mais de uma instituição financeira — no Brasil pode impulsionar a 💥️tecnologia. Confira:
💥️1- Como as empresas podem usar o modelo de Banking as a Service (BaaS) para alavancar seu negócio?
Encontramos transações financeiras em praticamente toda atividade comercial. Portanto, é possível monetizá-las em benefício da empresa geradora destas transações.
O BaaS, que nasceu inicialmente para servir fintechs, agora também chega ao mundo empresarial. O conceito de “embedded finance” traduz bem a oportunidade de embarcar serviços financeiros dentro de empresas não financeiras.
💥️2- Existe algum setor que, em sua opinião, seja mais aderente ao modelo de BaaS?
O BaaS necessita de escala e um volume transacional relevante. Portanto, é um modelo que independe da área de atuação. Empresas que têm muitos funcionários, que emitem muitos boletos ou pagam muitos fornecedores são setores-alvo.
💥️3- Como definir quais produtos e serviços são adequados para o público-alvo da empresa?
Não existe limitação. O BaaS pode ser ofertado a qualquer serviço transacional em que o público precise de um banco tradicional. Serviços mais sofisticados e/ou complexos como 💥️câmbio, 💥️investimentos e 💥️crédito imobiliário estão disponíveis na plataforma BaaS ou poderão ser acessados em breve via Open Banking.
💥️4- O modelo de companhias com bancos embutidos já está consolidado em mercados mais desenvolvidos como EUA e Europa? E no restante da América Latina?
O BaaS pressupõe a existência de um banco para prestação de serviços. Até as fintechs precisam de bancos para viabilizar as suas operações.
Neste sentido, o Brasil oferece um desafio maior para o avanço do BaaS, já que existem somente cerca de 170 bancos. Nos EUA e na Europa, o cenário já é mais favorável. No mercado americano, por exemplo, há mais de 7.000 bancos, e no europeu, um amplo padrão geográfico e licença para o uso de moeda eletrônica.
💥️5- Nesse cenário, quais são as projeções da Jazz enquanto empresa com o avanço do Open Banking e avanço da tecnologia e da regulação bancária?
O open banking será uma grande revolução não só para o sistema financeiro, mas para a relação do consumidor com o banco. É revolucionário uma pessoa com pouco acesso a serviços bancários poder se relacionar com o benefício social dela pelo telefone 💥️celular, por exemplo. Será uma grande ferramenta de inclusão, especialmente para pessoas fora dos centros.
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