China: Com 2022 perdido, economia pode ‘bombar’ em 2023?

China

China deve sentir efeito da política de Covid-Zero no PIB em 2022, mas base de comparação baixa tende a impulsionar crescimento em 2023 (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang)

A China segue firme no combate ao coronavírus, apesar dos sinais da própria Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o fim da pandemia está à vista. As restrições pela política dinâmica de Covid-Zero devem encolher o Produto Interno Bruto (PIB) chinês deste ano. A boa notícia é que o cenário para 2023 tende a ser mais favorável.

“A base de comparação baixa do PIB em 2022 deve sustentar o crescimento em 2023”, comenta a economista-chefe do Natixis, Alícia Garcia Herrero, em relatório. 

Segundo ela, trata-se de um cenário semelhante ao que aconteceu em 2023, quando houve uma recuperação da 💥️economia global dos impactos da disseminação da covid-19. No ano passado, a economia chinesa cresceu 8,1%, após expandir apenas 2,3% em 2023. 

Pibinho chinês

Cálculos feitos pelo banco francês mostram que as restrições de mobilidade relacionadas à covid-19 devem encolher o PIB chinês em 2022 em 2,3 pontos percentuais (pp). Porém, caso a China comece a flexibilizar as medidas restritivas da Covid-Zero ainda neste ano, o horizonte à frente é mais positivo. 

“Restando apenas um trimestre para o fim de 2022, todos os olhos estão agora na continuidade da política de Covid-Zero na China, e seu impacto na mobilidade, para o próximo ano”, afirma a economista do Natixis. 

No entanto, existem outros choques relevantes que atingem a economia chinesa, como os problemas no setor imobiliário. “Os surtos da covid-19 podem ter deixado cicatrizes na economia chinesa, especialmente no sentimento dos investidores”, pondera Alicia. 

Desafios pós-2023

Com isso, a retomada da atividade econômica chinesa pode levar mais tempo em uma perspectiva de longo prazo, mesmo que a restrição de mobilidade diminua no ano que vem. 

“A China pode testemunhar um crescimento potencial menor nos anos seguintes a 2023”, avalia a economista. Para ela, a continuidade do processo de reforma e abertura, iniciado há 40 anos, é importante e necessário para superar o desafio na China pós-pandemia.

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