‘É a pior reação do mercado desde 2006’: Amazon (AMZN) derrete 14% no after market após receitas para 2022 f
Companhia de Jeff Bezos enfrenta a pior reação do mercado desde 2006 (Imagem: REUTERS/Clodagh Kilcoyne)
Depois de Bill Gates e Zuckerberg, é a vez de Jeff Bezos sentir o atrito da reação do mercado ante números corporativos decepcionantes. As ações da 💥️Amazon (AMZN;💥️AMZN34) despencam mais de 13% no after market de Nova York, prometendo um pregão turbulento para a empresa de Jeff Bezos na próxima sexta-feira (27).
Segundo avalia Richard Camargo, da 💥️Empiricus Research, “essa é a pior reação do mercado desde 2006”.
Vendas vieram abaixo do esperado
Entre julho e setembro, a gigante americana obteve uma receita de US$ 127,1 bilhões, um crescimento de 15% na comparação anual. A cifra, no entanto, veio abaixo da expectativa do mercado, que previa um crescimento de 19% com relação a mesma etapa do ano passado.
O avanço de 20% do número de vendas do mercado americano foi neutralizado parcialmente por uma queda de 5% na receita obtida no mercado internacional. As vendas diretas cresceram 12% na comparação anual, somando US$ 53,4 bilhões.
O grande destaque do resultado, como sempre, foi a Amazon AWS, o braço de infraestrutura em nuvem, que cresceu 28%, somando vendas de US$ 20,53 bilhões no trimestre.
No marketplace, as vendas somaram US$ 28,6 bilhões, crescimento de 23% versus o 3T21, desconsiderando os efeitos cambiais. Já nas lojas físicas as vendas foram de US$ 4,69 bilhões, crescimento de 10% na base anual.
Ante o movimento de crescimento da rede de lojas, Richard comenta que, aos poucos, “a Amazon está fazendo o caminho oposto de todos os seus concorrentes, construindo uma rede de lojas após escalar o e-commerce”. Ainda segundo o analista, “apesar do ritmo ser ainda muito forte, as tendências mostram uma grande desaceleração em termos marginais”; em comparação ao trimestre anterior, a receita da Amazon foi 38% menor.
E a grande decepção do mercado foi: a piora do guidance
A maior decepção do mercado com os resultados da Amazon veio da piora do guidance da empresa com relação às vendas totais ao final de 2022. A companhia informou que pretende atingir de US$ 140 bilhões a US$ 148 bilhões em receita, aquém da expectativa do mercado de US$ 155 bilhões.
No documento que acompanha a divulgação, os executivos da Amazon foram enfáticos em mencionar os impactos de flutuações cambiais no consolidado das remessas que chegam aos Estados Unidos. [
A Amazon é a última das companhias a reportar o impacto da apreciação do dólar nos números corporativos, sinalizando como o cenário de maior aversão ao risco — e diminuição da liquidez do sistema financeiro — pode afetar a saúde financeira até mesmo das megacorporações.
A deterioração do poder de compra dos consumidores americanos ao longo do último trimestre também foi captado pelos números corporativos da Amazon, à medida que estoques mais elevados convergiram também com maior atividade promocional e menores preços.
De toda forma, “não é possível descontar a parcela de culpa da inflação [nos resultados da Amazon]”, avalia o analista da Empiricus. A pressão inflacionária nos Estados Unidos é a maior desde 1982.
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