Sem surpresas, Banco Central mantém recado de que está de olho no fiscal e não vai cortar Selic tão cedo
O Banco Central diz ter debatido “de forma extensa” os impactos de diferentes cenários fiscais sobre a inflação. (Imagem: Agência Brasil)
O 💥️Banco Central divulgou nesta terça-feira a 💥️ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (💥️Copom). Na semana passada, a autoridade optou pela manutenção da taxa 💥️Selic em seu atual patamar de 13,75% ao ano.
A ata de hoje não apresentou grandes surpresas: o 💥️Banco Central segue destacando que a política fiscal do novo governo é a sua principal preocupação.
“O Comitê avaliou que mudanças em políticas parafiscais ou a reversão de reformas estruturais que levem a uma alocação menos eficiente de recursos podem reduzir a potência da política monetária”, aponta o documento.
O 💥️Banco Central diz ter debatido “de forma extensa” os impactos de diferentes cenários fiscais sobre a 💥️inflação. Em sua análise, reiterou os diferentes canais pelos quais a política fiscal pode afetar a 💥️inflação não só por meio dos efeitos diretos na demanda agregada, como também via preços de ativos, grau de incerteza na economia, expectativas de 💥️inflação e taxa de 💥️juros neutra.
“O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de 💥️inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da 💥️inflação prospectiva.”
Inflação
Em relação à 💥️inflação, o 💥️Banco Central afirma que o cenário ainda é desafiador, principalmente quando se considera o mercado externo.
Observa-se uma normalização nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente, o que deve levar a uma moderação nas pressões inflacionárias globais ligadas a bens.
Por outro lado, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma 💥️inflação corrente elevada e com alto grau de difusão, sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços devem demorar a se dissipar.
“Apesar da queda recente, especialmente nos itens voláteis e afetados por medidas tributárias, a 💥️inflação ao consumidor continua elevada. Itens relacionados a bens industriais, refletindo a queda mais intensa dos preços ao produtor e a distensão das pressões nas cadeias globais de valor, também apresentaram desaceleração, embora ainda lenta”, destaca no âmbito doméstico.
As projeções de 💥️inflação do 💥️Copom situam-se em 6,0% para 2022, 5,0% para 2023 e 3,0% para 2024.
Entre os fatores de risco para a alta da 💥️inflação estão uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de 💥️inflação e nos preços de ativos; e um hiato do produto mais estreito que o utilizado atualmente pelo Comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho.
Já em um cenário de baixa, ressaltam-se uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local; uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.
Com isso, o 💥️Banco Central não descarta retomar o ciclo de altas da Selic e ainda reforça que os 💥️juros devem se manter altos por um tempo prolongado.
“O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de 💥️juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da 💥️inflação […] O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”
Confira a ata do Copom na íntegra
22. O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
23. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura, Paulo Sérgio Neves de Souza e Renato Dias de Brito Gomes.
Notas de rodapé
1 A menos de menção explícita em contrário, esta atualização leva em conta as mudanças ocorridas desde a reunião do 💥️Copom em outubro (250ª reunião).
2 Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do 💥️Copom.
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