Bancos credores aceitam rolar dívidas da Americanas
Bancos credores concordam em rolar a dívida da Americanas, mas impõem condições, entre elas, emissão de ações (Imagem: André Torres/Money Times)
Os 💥️bancos credores da 💥️Americanas concordaram em rolar a dívida da companhia para evitar que a varejista quebre, gerando um efeito cascata tanto no sistema financeiro quanto no varejo.
Porém, as instituições condicionaram que a Americanas faça uma capitalização rapidamente. A operação deve se dar por meio da 💥️emissão de ações, em uma oferta que deve ser de alguns bilhões de reais.
Na visão do 💥️mercado, a exposição das instituições à companhia no futuro pode diminuir. Afinal, os bancos devem endurecer as condições para financiar a varejista no futuro, diante da crise de confiança gerada pela descoberta de inconsistências contábeis de pelo menos de R$ 20 bilhões.
Pessoas a par da negociação ouvidas pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmaram que as instituições financeiras concordaram em rolar a dívida da Americanas. Os bancos foram consultados ao longo dos últimos dias sobre a possibilidade, depois que a empresa comunicou o problema ao mercado na quarta-feira (11).
Um diretor de um banco credor afirmou que a instituição “deu um respiro” à Americanas. Outro banqueiro disse que a “sinalização positiva” está atrelada à “capitalização rápida de alguns bilhões”. Segundo esse banqueiro, a 3G, gestora que reúne o trio de sócios da Americanas, vai ter de participar para a oferta de ações sair.
Por seu porte, a Americanas é cliente de praticamente todos os grandes bancos, segundo operadores do setor. Por isso, não seria interessante deixá-la à míngua.
Entretanto, executivos consideram que as condições de financiamento ficarão mais duras adiante, com instituições cobrando mais para assumir um risco também maior. Isso se refletiu ontem no mercado secundário de 💥️títulos de dívida da companhia, com um salto nas taxas cobradas e um tombo no valor de face.
No balanço de setembro do ano passado, a Americanas informou dívida bruta de R$ 19,3 bilhões, sendo que R$ 17,1 bilhões eram de longo prazo. Ou seja, com vencimento em prazos acima de um ano. Desse total, R$ 15,6 bilhões estavam em empréstimos e financiamentos, segundo a companhia. O restante estava em debêntures.
Já o ex-presidente da varejista Sergio Rial disse em um vídeo de 11 minutos disponível no site da Americanas que a dívida bruta é de R$ 30 bilhões a R$ 35 bilhões, após crescer em 2022, sobretudo no terceiro e quarto trimestres. Ou seja, aparentemente bem maior que os dados do balanço mostram.
Linhas de crédito
Um dos grandes riscos nesse momento seria a interrupção da linha dos bancos para o financiamento dos 💥️fornecedores, sobretudo agora que as vendas estão crescendo, disse Rial no vídeo.
Vale lembrar que nas primeiras duas semanas deste ano, as vendas tiveram uma alta acima de 17%. “Espero que os bancos tenham postura de equilíbrio e permitam obviamente a gestão atual de encontrar um caminho que funcione para todos”, afirmou.
Impacto pequeno
Analistas do setor financeiro disseram acreditar que o impacto de um possível prejuízo com a Americanas seria pequeno para cada instituição. Sem revelar nomes, os bancos informam a exposição que possuem a seus maiores devedores, e na visão de profissionais, os dados mostram que o abalo seria contido.
O analista Marcelo Telles, do Credit Suisse, consultou as exposições das instituições a seus maiores devedores. Na média do setor, o crédito a cada grupo econômico representa cerca de R$ 1,9 bilhão, calculou, ou 1,6% do capital do setor. O banco considerou os devedores que ficam entre a 11ª e a 20ª posição nos balanços das instituições, e estima que a Americanas tenha a 26ª maior dívida entre as empresas brasileiras.
Nesta sexta, 13, o Bradesco BBI calculou que os bancos mais expostos a varejistas são o Santander Brasil e o BTG Pactual, com cerca de 7% da carteira total de crédito. Em seguida, estão Itaú e ABC Brasil, com 3%; e Banrisul e Banco do Brasil, com 2% cada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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