Como Brasil agora não é “inimigo” e financiadores de 81 são “bagrinhos” do agro, Ricuper

Brasilia

Sanções internacionais contra financiadores da violência em Brasília são difíceis (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A ampliação de condenações internacionais aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, com o ex-presidente Jair Bolsonaro no centro de moções de censura, não resvalarão da política para o comércio internacional caso se comprovem que produtores e exportadores brasileiros do agronegócio financiaram as caravanas que foram a Brasília.

O Brasil, agora de Lula, não é percebido como “inimigo”, grau máximo na geopolítica que implicaria em potenciais sanções comerciais pelos Estados Unidos e Europa. Assim mesmo, quaisquer medidas acabariam se dando num nível próximo de riscos de conflitos, como foi o caso com a Rússia, pós-invasão da Ucrânia, e Coreia do Norte e Irã por questões nucleares.

As avaliações preliminares são do ex-embaixador junto a organismos comerciais da ONU e na Itália, ex-ministro da Fazenda e professor Rubens Ricupero, ao observar, por exemplo, o Parlamento Europeu debatendo o pedido de exigência para que o Brasil puna o ex-presidente, tido como o insuflador da violência na Praça dos Três Poderes.

“Elas [sanções] ocorrem em geral, e aí sem dificuldade, sobretudo por parte dos Estados Unidos e do Congresso norte-americano, contra países percebidos como inimigos e costumam ser unilaterais, não aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU”, diz o experimentado diplomata, lembrando ainda das situações envolvendo Cuba e Venezuela.

Mais especificamente quanto à União Europeia (UE), Ricupero faz comparações com as discussões sobre condenações ao Brasil pelo desmatamento, por exemplo. “Os europeus mais latem que mordem”, argumenta contra a demora na implementação de fato de medidas já muito anunciadas pela dificuldade de os 27 estados-membros “tomarem uma posição comum”.

Ainda, de fato, não se tem notícias reais de embargo de importações de carnes sob suspeita de bois originários de desmatamento ilegal, apesar de o noticiário trazer rotineiramente informações desse tipo.

O ponto de vista prático também permeia o ceticismo de Rubens Ricupero.

Não há notícias de investigações, por financiamento dos bolsonaristas depredadores, sobre os grandes grupos rurais brasileiros.

“São bagrinhos, gente miúda, não há que se saiba nomes expressivos”, complementa.

Ficaria difícil até para rastrear a participação dos produtos dessa gente, se penalizados juridicamente, em meio ao total de grãos e carnes exportados.

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