Proeza da engenharia conecta sul da Noruega por fiordes e geleiras
Já vi morsas e baleias. Caminhei pelas geleiras no arquipélago de Svalbard e fiquei ao lado da única palmeira do país, na cidade litorânea de Kristiansand. Presenciei a aurora boreal no inverno e participei de uma festa durante o sol da meia-noite no verão.
Mas, por razões que desafiam a compreensão, eu nunca havia viajado pela ferrovia Oslo-Bergen. E, quanto mais penso sobre isso, mais estranho me parece. Afinal, ela é frequentemente relacionada entre as viagens de trem mais bonitas do mundo.
Agora, finalmente, eu iria fazer a viagem.
Fiz minha pesquisa antes de viajar. Eu sabia, por exemplo, que, em um dia curto de novembro, somente um dos cinco horários de partida — 8h25 da manhã — permitiria que eu fizesse todo o trajeto de 496 km, com duração de seis horas e meia, durante o dia. E sabia também que deveria reservar um assento na janela do lado esquerdo do trem (ou direito, se você estiver saindo de Bergen), para ter a melhor visão do passeio.
Quando o trem deixou a plataforma da estação em Oslo, senti rapidamente que, mesmo sem perceber, eu ansiava por aquele momento há muito tempo.
A chegada a Bergen: 'um final propício para uma viagem fantástica'
Em Myrdal (867 m de altitude), um trem esperava em um ramal que é uma das linhas férreas mais íngremes do mundo.
De Myrdal até Flåm, descendo pelas margens do Aurlandsfjord (um braço interno do Sognefjord), os trilhos se contorcem e mergulham através de 20 túneis. A linha desce 866 metros em apenas 20 km, caindo em inclinação de 1:18. Parece que não existe nenhum lugar que um trem norueguês não possa atravessar.
Se a subida até Hardangervidda havia parecido gradual, a descida até a cidade de Voss pareceu rápida demais.
A neve diminuiu. A terra ficou verde. E os rios, lagos e fiordes agora eram claros e azuis. Havíamos chegado a mais uma Noruega, onde a ferrovia abraçava um fiorde atrás do outro.
Como havia ocorrido desde que saímos de Oslo horas atrás, a ferrovia conquistou a desafiadora topografia e se rendeu a ela. As curvas ao lado dos fiordes foram o momento mais prazeroso de toda a viagem.
Por fim, chegamos a Bergen. O trem serpenteou entre os sete morros e sete fiordes daquela cidade graciosa. Construções de madeira pintadas de branco penduravam-se nas encostas acima do centro da cidade e folhas de outono davam um toque dourado por todo o caminho, até a imponente estação de trem com seus murais.
Foi um final propício para uma viagem fantástica. E, na empolgação da chegada, senti-me como se estivesse na Noruega pela primeira vez.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
O que você está lendo é [Proeza da engenharia conecta sul da Noruega por fiordes e geleiras].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments