Dakar2024: João Ferreira carrega esperança de vitória lusa na classe SSV - Motores
O português João Ferreira (Can Am) parte para a 46.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, que vai ser disputada entre sexta-feira e dia 19, com a ambição de vencer a categoria SSV, a antiga T4.
Navegado pelo experiente Filipe Palmeiro, João Ferreira é, aos 24 anos, um dos jovens valores do todo-o-terreno nacional, facto comprovado pelo título nacional absoluto conquistado em 2022, com um Mini da X-Raid, e pela vitória na Taça da Europa de Bajas, também em 2024.
A paixão pelo todo-o-terreno sempre o acompanhou mas só começou na modalidade em 2018, tendo feito a estreia no Dakar em 2023.
“No meu grupo de amigos sempre acompanhámos provas de todo-o-terreno. O meu pai também correu. Chegámos a ir ver a caravana do Dakar quando a prova arrancava de Lisboa”, contou o piloto leiriense à agência Lusa, recordando as edições de 2006 e 2007 do emblemático rali.
A primeira participação na mais mediática maratona de todo-o-terreno ficou marcada por problemas mecânicos sentidos na primeira semana, que impediram a luta por um lugar no pódio na categoria T3, para SSV protótipos.
No entanto, ainda conseguiu vencer uma etapa, a oitava, garantindo um recorde para a Yamaha: foi o primeiro construtor a vencer uma etapa em motas e em carros.
Em 2023, foi convidado pela South Racing, o preparador oficial da Can Am, para tripular um dos seus veículos na categoria SSV (antiga T4).
“O objetivo é vencer, como em todas as corridas. O Dakar é difícil e imprevisível mas é com esse intuito que vamos participar”, garante.
Apesar de admitir que trocar a classe Challenge pela SSV é “um passo atrás”, espera poder dar dois em frente a seguir.
“Passar dos T3 para os T4 é um passo atrás mas é importante. O T3 é mais competitivo mas, analisando os inscritos, nos T4 vai ser taco a taco. A Can Am e a South Racing têm dominado nos últimos anos e espero que continuem assim. Mas também há outras marcas a apostar forte, como a Polaris”, resumiu.
Além disso, o facto de as instalações da South Racing serem na zona de Sintra “é benéfico”.
“Temos a sorte de ter as aulas de mecânica para as provas ser cá, é fácil ir lá ter com eles. Os testes com a equipa também são em Portugal e grande parte dos mecânicos são portugueses”, explica João Ferreira.
No entanto, a mudança de categoria já lhe permitiu vencer o rali de Marrocos, em outubro, quando estreou o Can Am que vai utilizar no Dakar.
Apesar da aposta na carreira (em 2024 vai disputar o Campeonato do Mundo), reconhece que, em Portugal, “ainda é difícil ser piloto profissional, mas a ambição é essa”. Enquanto isso não acontece, “o foco é a Universidade”, em Coimbra, onde está a estudar engenharia eletromecânica.
Para já, será o ‘ponta de lança’ da armada lusa na 46.ª edição do rali Dakar, que decorre de sexta-feira a 19 de janeiro, na Arábia Saudita.
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