Legados esquecidos da Copinha (Flu)
Com o fim da Copinha me propus a fazer um reconhecimento a equipes que apresentaram bom futebol mas que, entre 128 que iniciaram, acabaram ficando pelo caminho porque, afinal, estamos falando de um esporte chamado futebol. Depois do Sport, é a vez de falar da fábrica de produção de talentos chamada Fluminense. O Tricolor acabou sendo eliminado de maneira precoce, na terceira fase - não chegou, portanto, nem às oitavas de final - pelo Goiás (que também mandou mais cedo pra casa o Sport de que gostei). Ainda assim, mesmo oscilando porque o trabalho de Ricardo Resende é recente, o Fluminense teve bons momentos e consolidou dois talentos que, para mim, já podem ser aproveitados em cima quando Fernando Diniz: o atacante Luan Brito e, principalmente, o lateral-esquerdo Jefté.
A excelência do trabalho feito em Xerém - que só no curto prazo revelou Luiz Henrique, André, Martinelli, Calegari e Matheus Martins - levou o clube a promover o técnico Guilherme Torres do sub-20 para a coordenação metodológica da base. Assim, o Tricolor foi ao mercado e trouxe Resende, um profissional respeitado no sub-20 nacional, com trabalhos consistentes no Cruzeiro, Atlético-MG e Botafogo. Mesmo sem fazer nenhuma mudança revolucionária, Resende ainda tem o grupo em adaptação, já que está completando apenas três meses no clube.
Assim, a campanha na Copinha teve bons momentos, mas teve alguns outros em que a luz amarela se acendia, em alerta para mais uma eliminação - o Fluminense é o segundo maior vencedor da Copinha, cinco títulos contra dez do Corinthians, mas completou um jejum de 34 anos sem vencer a maior competição da categoria. Na estreia, arranjou um golzinho no fim diante do Porto Vitória. No segundo jogo, jogou muito diante do Imperatriz e impôs 6 a 0 - com direito ao primeiro gol de Luan Brito nesta edição.
Vou me deter no terceiro jogo da primeira fase - porque comentei-o para o Sportv e porque foi a melhor atuação do Flu na Copinha 2023, apesar da vitória sobre o Taubaté por "apenas" 2 a 0. Ricardo Resende poupou vários jogadores na formação inicial porque entrou matematicamente classificado. Poderia ter aberto o placar no primeiro, especialmente num lance em que Jhonny escorou para fora na pequena área e sem goleiro. Aí veio o segundo tempo, e o desfile de talento de Jefté e Luan Brito.
Luan entrou no intervalo para confirmar a vitória. Ele é filho de outro ex-atacante tricolor, Marco Brito, que teve seu brilho um tanto efêmero no início do século. Diferente do pai, que tinha as pernas curtas e gostava de correr pelo lado, Luan tem as pernas longas, é mais técnico e muito mais letal nas conclusões. E acabou marcando os dois gols do jogo. O primeiro com 1 minuto, assistência de Jefté; o segundo, iniciado por Jefté, chute de Arthur e toque de Luan (não fosse este último a bola sairia pela linha de fundo.
Luan Brito, mesmo com todo o talento, terá alguma dificuldade na transição porque o Fluminense tem muitos atacantes que, hoje, não podem ser ultrapassados - a começar pelo indiscutível German Cano. Até por isso o clube está acertando seu empréstimo ao FC Porto. Mas Jefté, para mim, deveria ser testado por Diniz como titular. A lateral-esquerda é uma pedra no sapato do treinador do time de cima há tempos. Jorge, contratado ao Palmeiras, é um ponto de interrogação. E, neste momento, Jefté é exclamação pura. Técnico, joga de cabeça em pé, gosta de driblar e no um contra um costuma passar de passagem pelo marcador. Cruza bem e passa melhor ainda. Se mantiver a espiral de crescimento é jogador para termos esperança de ver na Seleção em alguns anos.
Depois desse bom jogo, a luz quase ficou vermelha no empate diante do Atlético Guaratinguetá, que o Fluminense acabou superando nos pênaltis - mas jogou mal. E contra o Goiás, jogou melhor, fez frente, mas em dois erros defensivos tomou os gols e deixou a Copinha. Mas, como diz o título deste post, deixou, sem dúvida, um legado.
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