Lucas Lima entrega o que pode. E está bom
Após a derrota do Santos para o São Paulo, fui perguntado em um dos programas do Sportv se achava que Lucas Lima seria uma boa contratação para o Peixe. Eu disse que neste momento sim, e muita gente nas redes sociais protestou. Minha tese é bastante simples: olhando para o elenco à disposição do técnico Odair Hellmann, não é para haver nenhuma crise. Não é elenco para ser campeão paulista, mas também não é para cair. Não é elenco para pensar em G-4 no Brasileiro, mas tampouco é para chegar perto de Z-4. O que falta, ou faltava ao Santos, é trabalho de... time. Articulação, recomposição, aproximação, conexões. Lucas Lima pode dar isso e fazer do Santos um time. E não é pouco. Se alguém ainda acha o que achava quando ele iniciou a carreira (que iria definitivamente para a Seleção, para a Europa, que seria um craque, e daí para mais), está redondamente enganado. Lucas Lima dá o que pode dar, e o que ele pode dar é o que o Santos precisa para estancar uma falsa crise no Estadual. Por isso disse que ele deveria ser contratado.
Aliás, melhor do que eu dizer, é o próprio Lucas Lima verbalizar sua opinião, após a bela partida que fez contra a Portuguesa (com duas assistências para Marcos Leonardo, e uma batida maravilhosa de escanteio que terminou em gol de Mendoza). "Eu posso ajudar o Santos com meus passes e minha visão de jogo". É isso. Sem querer fazer qualquer comparação pessoal, até porque seria injusto com Lucas, ele pode fazer pelo Peixe o mesmo trabalho que faz Ganso pelo Flu, Renato Augusto pelo Corinthians, Arrascaeta ou Everton Ribeiro pelo Flamengo, Veiga pelo Palmeiras: ser a diferença, construir, desconstruir a marcação rival, potencializar os atacantes e suas respectivas movimentações. Os supracitados fazem mais, mas exigir isso de Lucas Lima é simplesmente inviabilizar sua sequência.
Claro que a trajetória de Lucas Lima no Palmeiras e no Fortaleza deixam o torcedor santista apreensivo com relação ao tempo em que ele consiga se motivar e render no limite máximo do que consegue. A questão é, como tem lembrado o técnico Odair Hellmann, o Santos tem ouvido incontáveis "nãos", e o time começou a se enrolar no início de temporada de uma maneira que o torcedor começou a perder a condição de escolher muito. Lucas Lima, quando colocado na perspectiva perfeita, começou a ajustar o Peixe. E melhorou até o humor de seu treinador. "Fui chamado de burro pela torcida quando dei o aval para a chegada do Lucas, e depois fui chamado de burro quando o substituí, por conta do controle da minutagem, para evitar lesões."
Lucas será capaz, se mantiver uma performance regular na temporada, de resolver um problema no Santos. Mas há um outro: falta ao elenco santista uma liderança menos técnica e mais de vestiário, mais de, a cada dificuldade no jogo ou gol sofrido (hoje, quando isso ocorre, o time se esfacela), colocar a bola sob o braço e erguer a moral do time. O volante Alisson, que está voltando ao time, pode ser esse personagem. Lucas Lima, não. Como ele diz, sua função é dar passes e mostrar visão do jogo. E se fizer bem isso, estará bom demais...
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