Favorito não larga na pole: o que esperar de GP que pode coroar campeão

George Russell larga na pole position no GP de Las Vegas ainda sem entender muito bem de onde veio o grande desempenho da Mercedes em uma volta rápida, que fez com que ele e Lewis Hamilton liderassem todos os treinos livres e também todas as sessões da classificação. O que o britânico sabe é que, mesmo assim, ele não é o favorito na corrida que tem largada às 3h da madrugada, pelo horário de Brasília.

"Definitivamente, não esperávamos ter esse ritmo. Precisamos estudar a fundo o que fez com que estejamos tão rápidos porque tem sido uma grande surpresa", disse Russell, que divide a primeira fila com Carlos Sainz, da Ferrari. A segunda fila será formada pelo azarão Pierre Gasly e por Charles Leclerc, também da Ferrari.

Ainda que a Mercedes não saiba exatamente o porquê desta vantagem, está claro de onde ela vem. O grande desafio para os pilotos na pista fria de Las Vegas é controlar as temperaturas dos pneus. Para a Mercedes, tem sido mais fácil colocá-los na janela de funcionamento, então eles não precisam fazer uma volta de preparação para que a temperatura esteja certa no início da volta. Os rivais precisavam disso, então inevitavelmente tinham menos aderência à disposição no final da segunda volta.

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Mas os dois erros de Hamilton no Q3 mostraram o quão pequena é essa janela. Ele não sabia explicar muito bem por que seu carro parecia diferente na última parte da classificação e creditou isso a elas, as temperaturas dos pneus.

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Esse também será o tema da corrida, mas com as qualidades necessárias de cada carro invertidas. E é por isso que Russell não é o favorito: afinal, o carro que coloca mais energia no pneu em uma volta tende a sofrer para manter as temperaturas sob controle com mais combustível ao longo de 50 voltas.

É por isso que Sainz saiu da classificação falando em vitória. "Se estávamos perto na classificação, significa que podemos ter uma chance de tentar a vitória. Essa vai ser a meta. Claro que ultrapassagens e a estratégia serão fatores importantes."

Na verdade, a primeira missão dos pilotos será sobreviver à largada - ano passado, a pouca aderência pegou muitos desprevenidos - e cuidar nas primeiras voltas para não forçar demais, muito provavelmente com pneu médio e muito combustível, e gerar graining nos pneus dianteiros.

Essa granulação ocorre pela diferença de temperatura entre a parte interna e externa do pneu e também tem a ver com o tipo de asfalto. Manter as temperaturas sob controle vai ajudar no ritmo quando o pneu estiver mais desgastado e também vai ajudar a se manter na pista mais tempo.

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Isso mostrou ser importante ano passado, pela alta probabilidade de Safety Car. Afinal, você tem uma pista pouco aderente, muros próximos e muitas trocas de posição devido ao desenho da pista, com retas longas e sem curvas de alta velocidade.

Foi por ter parado antes de um Safety Car que a Ferrari perdeu o GP de Las Vegas do ano passado, então o foco de Sainz e Leclerc será usar a vantagem de ritmo de corrida que demonstraram nos treinos livres, ficar longe de problemas para não forçar os pneus, e esperar que os outros parem.

Para Russell, será uma corrida defensiva, assim como para Gasly, que encontrou aderência na volta final enquanto os outros duelavam com a temperatura dos pneus.

Max Verstappen pode conquistar o tetra na noite deste sábado em Vegas se chegar na frente de Norris, ou se perder menos de três pontos para o inglês. Eles dividem a terceira fila, com Verstappen à frente. Mas seu fim de semana não tem sido nada tranquilo.

O holandês sofre com a falta de aderência, como os demais, mas também com a falta de velocidade de reta, por conta de uma opção estratégica da Red Bull de não fazer uma asa traseira específica para os dois circuitos de menor carga aerodinâmica (Monza e Las Vegas). A solução que a equipe encontrou foi cortar suas asas, mas ainda assim ele e Perez, que larga em 16º, não têm a mesma velocidade que os rivais.

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A McLaren de Norris, por sua vez, tende a se comportar melhor durante a corrida do que em classificação e o britânico deve ter condições de ir para cima do holandês, embora tenha admitido que não está se sentindo confortável no carro, principalmente com o fator limitante sendo o graining no pneu dianteiro.

Com as equipes andando tão próximas, essa oscilação entre classificação e a corrida e a dificuldade de se manter na pista com a baixa aderência, é de se esperar uma corrida cheia de alternativas em Las Vegas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do.

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