São Paulo melhor do que se esperava

No início da atual temporada do futebol nacional, o São Paulo poderia estar, para usar uma expressão celebrizada há alguns anos no Estado de São Paulo, na condição de terceira força. O Palmeiras destoa de todos no país, o Corinthians ganhou qualidade com os reforços e com Vitor Pereira - e vem mantendo boa produção com Fernando Lázaro - e o Santos ainda busca um ajuste, uma sintonia fina nas mãos de Odair Hellmann. Mas o Tricolor de Rogério Ceni começa a dar sinais de que, mesmo como a terceira força de seu Estado, pode dar a seu torcedor a esperança de ter um 2023 com mais resultados do que se imaginava. Ceni deu padrão ao time - com qualquer formação - mais rápido do que talvez ele mesmo esperasse, os reforços - menos caros e ilustres do que os dos concorrentes - deram certo e o São Paulo vai dando seus passos neste ano com enorme segurança.

Com maior autonomia na indicação de contratações, Rogério Ceni foi cirúrgico com Wellington Rato, David, Caio Paulista e, principalmente, Mendez. Além disso, fez movimentações dignas de um enxadrista ao encaixar o posicionamento de Galoppo, que lhe permitiu formar uma poderosa dupla argentina com Calleri na frente - com direito a inversão de expectativas, o ídolo Calleri com apenas dois gols e Galoppo, para quem boa parte da torcida tricolor torcia o nariz, liderado a artilharia do Paulista com 7, ao lado do rival Roger Guedes.

Agora, diante do desesperado São Banto, mais uma atuação convincente com uma formação ofensiva resultante de mais um movimento do xadrez de Ceni: Rato pela direita, "toca no Calleri que é gol" centralizado, Galoppo derivando da esquerda para o meio e... Luciano, ele mesmo, o artilheiro, um pouco mais recuado, por trás dos argentinos. E deu certo não porque o treinador é inventor, mas porque sua ideia é óbvia: Luciano, com sua capacidade letal de conclusão, não pode ficar (e não está) longe do gol, ele apenas está alguns poucos passos recuados, de modo que, em vez de ficar de costas para a baliza, recebe sempre de frente, com uma amplitude de visão do gol muito maior.

Outro fator fundamental para que a engrenagem tricolor vá ficando agradavelmente azeitada aos poucos é que Ceni consegue convencer seus comandados, e tem flexibilidade para ouvi-los, até que se chegue a um meio e bom termo onde todos se sintam satisfeitos. Exemplos: Galoppo não queria jogar de centroavante. Ceni o convenceu a ficar na posição até o jogo contra o Santos, quando a atuação convincente dos argentinos fez Ceni admitir que os dois pudessem jogar juntos de maneira eficiente.

Agora é Luciano quem manifesta um certo desconforto em jogar como ponta de lança. Mas ele está sendo convencido de que como a mudança pode dar resultado - e ainda está sendo valorizado por Ceni que lhe deu a camisa 10, que lhe deu a faixa de capitão (e ele está se revelando uma liderança positiva, como no vídeo que viralizou em que Luciano, diante de todo o elenco, homenageia e dá força a Orejuela que vive longa má fase. No fim das contas, Luciano vai ter muito que agradecer a Ceni.

Muito provavelmente o São Paulo terminará 2023 como a terceira força do Estado. Mas, quem pode saber agora, não termina nessa condição ao lado das primeiras forças classificado para a Libertadores do ano que vem?...

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