Ataque ao ônibus do Bahia completa um ano sem prisões e prazos para julgamentos
Para vencer, os torcedores empurram os seus times como podem. Há quem prefira gritar, cantar e até xingar os seus jogadores (na Bahia, também é uma forma carinhosa de incentivo). E há quem não abra mão dos rojões ou sinalizadores. Contudo, os fins nem sempre são festivos. No dia 24 de fevereiro de 2022, os jogadores do Bahia não foram apoiados, mas vítimas desses instrumentos.
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Há um ano, o ônibus com a delegação do Bahia foi atingido por rojões e artefatos explosivos na chegada à Arena Fonte Nova, em noite que enfrentaria o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste. Àquela altura, a frustração com o time era alta pelo rebaixamento para a Série B em 2023, além dos desempenhos ruins nos primeiros jogos de 2022.
1 de 11 Danilo Fernandes sofre cortes no rosto em ataque a ônibus do Bahia — Foto: Arquivo pessoal
Danilo Fernandes sofre cortes no rosto em ataque a ônibus do Bahia — Foto: Arquivo pessoal
As manchas de sangue no ônibus do Bahia deram ideia do terror do ataque. O goleiro Danilo Fernandes e o lateral-esquerdo Matheus Bahia ficaram feridos. O primeiro, maior vítima do atentado ao sofrer múltiplos ferimentos, chegou a ser hospitalizado, recebeu 20 pontos e quase perdeu a visão. Por meses, Danilo teve de retirar estilhaços do corpo.
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Como praxe, momentos após o ataque, as principais autoridades estaduais prometeram rápida investigação e punição aos envolvidos no atentado. Após usar imagens de câmeras de segurança e ouvir diversas pessoas, a Polícia Civil identificou os quatro homens envolvidos.
Hugo Oliveira da Silva Santos, Janderson Santana Bispo, Marcelo Reis dos Santos Junior e Marcelino Ferreira Barreto Neto foram denunciados pelo Ministério Público por tentativa de homicídio em setembro e respondem em liberdade.
2 de 11 Ônibus do Bahia é periciado pela polícia técnica — Foto: Giana Mattiazzi / TV BahiaÔnibus do Bahia é periciado pela polícia técnica — Foto: Giana Mattiazzi / TV Bahia
À época, Otto Lopes, advogado que representa a Bamor, afirmou que, no dia do ataque, seus clientes soltaram fogos como forma de incentivar o time antes da partida.
Em busca de novos detalhes sobre o caso, o ge entrou em contato com o Tribunal de Justiça da Bahia que informou, em nota, que a investigação foi concluída e que a 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Salvador recebeu a denúncia do MP.
O TJ afirma que aguarda as citações dos acusados (documento da Justiça para dar conhecimento aos réus da acusação) e que outras informações podem ser obtidas em contato com o Ministério Público. Já o MP garante que fez o seu papel ao denunciar os suspeitos e que o processo está com a Justiça.
Marcelino Ferreira Barreto Neto, um dos denunciados pelo MP, e que responde em liberdade, se envolveu em outra situação em setembro do ano passado. Ele foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE) e passou por uma cirurgia na pálpebra após briga entre torcidas organizadas de Bahia e Vitória.
O indiciamento dos envolvidos no atentado por tentativa de homicídio foi um dos últimos desdobramentos e uma grande mudança no caso. Em fevereiro de 2022, os quatro envolvidos no ataque foram indiciados pela Polícia Civil (PC) por lesão corporal leve e crime contra a incolumidade pública (expor alguém ou algum grupo a perigo ou risco), na modalidade explosão.
De acordo com o Código Penal brasileiro, a condenação por lesão corporal prevê pena de detenção de três meses a um ano. Já crimes contra a incolumidade pública podem ser punidos com reclusão de três a seis anos, além de multa.
Após repercussão negativa e, críticas do Bahia nas redes sociais, o Ministério Público solicitou novas diligências à Polícia Civil para seguir com a investigação. Três meses depois, o MP denunciou o grupo pelo crime de tentativa de homicídio.
3 de 11 Ônibus do Bahia é atingido por bomba ao chegar na Arena Fonte Nova — Foto: Renan Pinheiro/TV BahiaÔnibus do Bahia é atingido por bomba ao chegar na Arena Fonte Nova — Foto: Renan Pinheiro/TV Bahia
Maior vitima do ataque ao ônibus do Bahia, Danilo Fernandes ficou internado em um hospital de Salvador por quase 24 horas. Na saída, ele se emocionou ao admitir que temeu o pior.
O goleiro passou um período em recuperação dos ferimentos na região do olho e só voltou a entrar em campo pelo Bahia em abril de 2022, 43 dias após o atentado. O ge também tentou contato com Danilo, que segue no Tricolor e preferiu não comentar o assunto e ter de reviver aquela noite.
Noite que Danilo não quer reviver, mas que ainda "não chegou ao fim". Um ano após o atentado, o caso segue sem punidos ou qualquer previsão de desfecho. Mas os traumas ficam, assim como o temor de que acontecimentos como esse possam se repetir.
4 de 11 Danilo Fernandes ficou ferido após ataque ao ônibus do Bahia — Foto: Reprodução / Redes SociaisDanilo Fernandes ficou ferido após ataque ao ônibus do Bahia — Foto: Reprodução / Redes Sociais
5 de 11 Lateral Matheus Bahia sofreu cortes nos braços em ataque a ônibus — Foto: Arquivo pessoalLateral Matheus Bahia sofreu cortes nos braços em ataque a ônibus — Foto: Arquivo pessoal
6 de 11 Ônibus do Bahia é atingido por artefato explosivo — Foto: Arquivo PessoalÔnibus do Bahia é atingido por artefato explosivo — Foto: Arquivo Pessoal
7 de 11 Ônibus do Bahia é periciado pela polícia técnica — Foto: Giana Mattiazzi / TV BahiaÔnibus do Bahia é periciado pela polícia técnica — Foto: Giana Mattiazzi / TV Bahia
8 de 11 Ônibus do Bahia é periciado pela polícia técnica — Foto: Giana Mattiazzi / TV BahiaÔnibus do Bahia é periciado pela polícia técnica — Foto: Giana Mattiazzi / TV Bahia
9 de 11 Carro foi atingido por bomba na chegada do ônibus do Bahia — Foto: EC Bahia / DivulgaçãoCarro foi atingido por bomba na chegada do ônibus do Bahia — Foto: EC Bahia / Divulgação
10 de 11 Seis pessoas são vistas em ataque ao ônibus do Bahia, além do motorista do carro branco — Foto: ReproduçãoSeis pessoas são vistas em ataque ao ônibus do Bahia, além do motorista do carro branco — Foto: Reprodução
11 de 11 Um dos carros envolvidos no ataque ao ônibus do Bahia pertence ao presidente da Bamor — Foto: Dalton Soares/TV BahiaUm dos carros envolvidos no ataque ao ônibus do Bahia pertence ao presidente da Bamor — Foto: Dalton Soares/TV Bahia
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