Fed e desaceleração: existe remédio? Para Morgan Stanley, resposta é negativa

Divisão de Wealth Management acredita em inocuidade de movimentos da autoridade monetária

“Em menos de seis meses, os investidores mudaram suas projeções de três altas a serem promovidas pelo 💥️Federal Reserve para três cortes”. A constatação inicia relatório do Morgan Stanley Wealth Management, no qual os analistas ponderam que uma possível flexibilização monetária pela autarquia norte-americana não curaria a desaceleração econômica.

Com intuito de fundamentar a tese de inocuidade entre corte na Fed Funds Rate e melhora econômica, a CIO (Chief Investment Officer) Lisa Shalett pondera os seguintes fatos: máxima histórica da confiança do consumidor, taxa de desemprego na mínima de 50 anos e taxas de hipoteca próximas a 4% não foram capazes de elevar o nível de consumo e promover alta no investimento do setor imobiliário.

Política e raízes

“Ao contrário, a incerteza política em Washington e a instabilidade geopolítica está pesando contra o ciclo de negócios”, avalia o Morgan Stanley Wealth Management, levantando ainda questões sobre os reflexos negativos nas cadeias globais de logística por causa da guerra comercial, além da piora no investimento e no desempenho da manufatura.

Adicionalmente, o banco norte-americano acredita que, se as tarifas são a nova maneira de resolução para conflitos geopolíticos e problemas imigratórios, vide a ameaça de Trump em relação ao México, então “o espaço para a incerteza econômica assume expansão múltipla”.

Encerrando a análise macroeconômica, a instituição projeta que o risco real existente para os investidores é que os prováveis cortes futuros na Fed Funds Rate não sejam capazes de solucionar as raízes da desaceleração: “maturidade do ciclo de negócios, demanda marginal limitada, pico dos lucros corporativos e possível início de mudança relevante no comércio internacional”.

Brasil em foco

Em relação à economia brasileira, o Morgan Stanley Wealth Management permaneceu com a avaliação de que “estabilidade política dá suporte à recuperação”. Para as expectativas de crescimento econômico, os analistas enxergam “neutralidade”, porém com tendência de desaceleração.

A instituição destaca a percepção de risco positiva na curva de juros, “tendo em vista que o spread entre os títulos de 3 e 10 anos subiram para 111 pontos-base”. Embora haja o maior intervalo entre os yields dos títulos, o banco projeta tendência de achatamento da curva de juros. A liquidez continua “neutra”, mas com trajetória de queda.

Por fim, a percepção para a confiança e para o risco como todo permanecem “neutras” com tendência altista, igual a expectativa para os lucros das companhias brasileiras. Por outro lado, diante do valuation, o Morgan Stanley acredita que ativos de risco estão altamente avaliados, com tendência de declínio do valuation.

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