Preços do gás atingem máximos, mas analistas antecipam alívio &
Os preços do gás natural na Europa têm vindo a subir nos últimos meses e atingiram, esta quinta-feira, o valor mais elevado desde o final do ano passado. Os analistas contactados pelo ECO/Capital Verde apontam riscos que colocam pressão sobre a cotação do gás nos próximos meses, pelo que 💥️podem existir mais subidas. No entanto, veem um cenário de maior alívio no médio prazo.
Os contratos futuros de gás natural que são referência na Europa, os holandeses Title Transfer Facility (TTF), atingiram os 38,451 euros por megawatt-hora (MWh) esta quinta-feira. Esta💥️ fasquia está muito longe do registado no pico da crise energética, em 2022, quando os mesmos contratos chegaram a fechar nos 172 euros por MWh, nesse mês de agosto.
“Poderemos afirmar que a cotação do gás natural na Europa está atualmente sujeita a diversas pressões ascendentes. (…) 💥️No curto prazo espera-se que os preços permaneçam voláteis e tendam a subir“, escreve João Queiroz, responsável de ✅trading do Banco Carregosa, em resposta ao ECO/Capital Verde. Também Henrique Tomé, analista da corretora XTB, considera que situações de tensão no leste da Europa podem “trazer momentos de maior volatilidade nos preços”. No entanto, “💥️espera-se que essa volatilidade seja limitada a curto prazo“, remata.
Assim, nos próximos três a seis meses, existe uma “relevante probabilidade” dos preços estarem “suportados e voláteis devido aos riscos contínuos de interrupção no fornecimento através da Ucrânia e às manutenções na Noruega” identifica o responsável de ✅trading no Banco Carregosa. 💥️O preço de referência na Holanda já subiu aproximadamente de 40% desde abril. Os preços podem variar, neste mesmo horizonte, 35 e 45 euros por megawatt-hora, prevê João Queiroz, “dependendo da severidade das interrupções e das condições climatéricas”.
Clima, Médio Oriente e mais procura preocupam
Mas o que justifica a tendência ascendente que já se verificava antes da instabilidade na cidade ucraniana? O crescendo é, em parte, justificado pela recuperação mais lata dos mercados acionistas, enquadra João Queiroz. “Tendo em conta que os preços estão a ser negociados em valores tão baixos, poderá haver sempre momentos de recuperação”, corrobora Henrique Tomé, que destaca que os preços estão 90% abaixo dos picos de 2022.
Há ainda que ter em conta o habitual 💥️efeito de sazonalidade. “Durante o período do verão, é normal verificarmos a recuperação nos preços das matérias-primas energéticas”, aponta o analista da XTB. Queiroz indica mesmo que o clima mais quente do que o normal na Europa e na Ásia aumentou a procura por gás natural para a produção de eletricidade, especialmente para 💥️arrefecimento de ar ambiente.
"Durante o período do verão, é normal verificarmos a recuperação nos preços das matérias-primas energéticas.”
Mas 💥️a geopolítica também já estava a fazer a sua parte antes deste episódio na Ucrânia entrar em jogo: o 💥️conflito no Médio Oriente tem riscos de fornecimento associados. O escalar das tensões entre Israel e grupos como o Hezbollah, assim como a instabilidade em torno do Estreito de Ormuz, “aumentam o potencial de risco de interrupções no fornecimento de gás”, aponta o mesmo responsável do Banco Carregosa. Ao mesmo tempo, diversas 💥️unidades globais de gás natural liquefeito, incluindo na Malásia e Austrália, estão a operar com capacidade reduzida, “o que constrange ainda mais a oferta”.
Do lado da procura, a Europa 💥️está a competir com a Ásia por gás natural liquefeito (GNL) e as importações europeias estão mais baixas. A pesar nas contas está ainda a 💥️“elevada procura” do Japão e da Coreia do Sul numa altura em que a oferta não aumentou.
Economia mais fraca e reservas maiores retiram pressão
A aliviar a pressão em torno dos preços do gás estão essencialmente dois fatores: as previsões de aumento da oferta e a provável queda da procura, decorrente do abrandamento económico.
“💥️Devemos esperar um maior aumento dos inventários num futuro próximo e ainda há espaço para mais quedas no preço“, afirma Henrique Tomé. A 12 meses, a capacidade de reabastecer os inventários durante o verão de 2025 pode não ser tão limitada”, considerando os contributos dos EUA e do Qatar, explica João Queiroz. “Os EUA e o Qatar têm-se posicionado para serem os maiores contribuidores da Europa e globais a partir de meados de 2025 o que poderá mitigar o potencial de valorização desta mercadorias a médio prazo”, afirma.
"Os EUA e o Qatar têm-se posicionado para serem os maiores contribuidores da Europa e globais a partir de meados de 2025 o que poderá mitigar o potencial de valorização desta mercadorias a médio prazo.”
Por outro lado, tem sido recorrentes os💥️ sinais de abrandamento económico na economia global e as matérias-primas energéticas como o gás ou o petróleo são vulneráveis a estas mudanças. “Ora, se tivermos em conta o cenário em que o abrandamento económico deverá permanecer, ou até mesmo intensificar-se, estes tipos de matérias-primas ficarão expostas a momentos de novas pressões de baixa nos preços”, prevê Henrique Tomé.
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