Café sente geada até no Cerrado, mas moderação faz Nova York devolver ganhos

Café

Geadas já estavam nos preços da ICE na semana passada e intensidade menor e poucas áreas mais críticas estimulam vendas (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A massa de ar que passou forte pelo Sudeste e Centro-Oeste desde sexta chegou também ao 💥️café do Cerrado mineiro e queimou parte das plantas ainda que em uma área muito pequena, além do mais tradicional impacto maior nas lavouras do Sul do estado. Mesmo assim, 💥️Nova York veio com forte baixa desde a manhã desta segunda (8).

O mercado já havia precificado a tendência de geadas sobre a cultura semi-perene brasileira mais sensível ao fenômeno, só que como foram poucas áreas mais afetadas e a intensidade média foi razoável – apesar a avaliação das cooperativas estar em andamento  & os fundos e traders devolveram na Ice Futures vendo menores riscos para a safra a ser colhida em 2023.

Também a geada de “capote”, que atinge mais as partes externas das plantas, prevaleceu, diminuindo o risco de prejuízo, pois atinge os pés adultos.

O futuro de setembro recuou 400 pontos, ficando em 107.10 cents de dólar por libra-peso. Mesmo o julho, faltando pouco para sair da tela, perdeu 390 pontos.

“Os ganhos da semana passada já embutiam as geadas e o mercado teve que devolver”, raciocina Simão Pedro de Lima, diretor-superintendente da Expocaccer, a cooperativa do Cerrado de Minas Gerais, com base em Patrocínio.

A mesma opinião de Jânio Zeferinno da Silva, consultor da AgroEasy.

Áreas afetadas

Da área dos cerrados, as mais afetadas foram em Patrocínio (que marcou 2,2 graus às 7hs deste domingo) e região, basicamente nos baixios. Em lugares mais altos e mesmo fora do Cerrado, onde também a Expocaccer origina o grão, como Araguari, no Triângulo Mineiro, foi mais moderada.

Do total de 220 mil hectares com café, num potencial para 240 mil, Lima estima entre 3% e 5% de afetação. “Só que onde foi afetado, foi forte e vai ter que ser replantado”, avalia o chefe geral da cooperativa, que espera de 7,5 a 7,8 milhões de sacas para 2023 para todo o Cerrado mineiro, por enquanto sem prejuízo do volume. Na safra em andamento, a Expocaccer deve chegar a 6,5 milhões/s.

Apesar de que a situação requer atenção, pois em até agosto já se sofreu com geadas na região, o superintendente da cooperativa do Cerrado lembra que o maior perigo por lá é a seca em agosto. Mesmo com 60% do café irrigado, seca forte causa evapotranspiração.

Na Minasul, com sede em Varginha, no Sul mineiro, a situação de geadas nas baixadas prevaleceu. Mas como a cooperativa alcança 204 municípios, incluindo zonas como Serra da Mantiqueira e Cerrado, José Marcos Magalhães esta esperando os agrônomos reportarem a situação das geadas. Eles estão ‘correndo trecho’.

“Algum prejuízo deverá ter sim para a próxima safra, não tem como escapar”, admite o presidente da segunda maior cooperativa brasileira de café (atrás da Cooxupé), não só com a queimadura da planta como também pela alteração do metabolismo.

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