Títulos longos do Tesouro corrigidos pela inflação registram ganhos de 21% no 1º semestre, diz Anbima
A explicação para essa rentabilidade é a redução da taxa de juros, que valoriza os papéis antigos em circulação no mercado, que pagam juros maiores
💥️Por Arena do Pavini
Os títulos públicos federais de longo prazo tiveram as melhores rentabilidades do primeiro semestre. De acordo com o Boletim de Renda Fixa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o IMA-B5+, índice que reflete o retorno médio das carteiras de NTN-Bs (agora conhecidas como Tesouro IPCA+ no site do Tesouro Direto) acima de cinco anos, teve valorização de 21,12% entre janeiro e junho.
O resultado é o maior para o período desde 2007. O IMA-B5+ acompanha todas as NTN-Bs do Tesouro de todos os vencimentos em circulação no mercado com prazo superior a 5 anos.
A explicação para essa rentabilidade é a redução da taxa de juros, que valoriza os papéis antigos em circulação no mercado, que pagam juros maiores. Quando os juros caem, os preços dos papéis sobem, e vice-versa.
Os demais indicadores que acompanham os papéis de longo prazo, como o IRF-M1+, formado pelos títulos prefixados acima de um ano, e o IMA-B5, que reproduz carteiras de NTN-Bs até cinco anos, tiveram rentabilidades médias de 8,35% e 7,28%, respectivamente.
“As expectativas para a aprovação da reforma da previdência e para um novo corte na Selic têm refletido nos preços dos ativos este ano, principalmente nos de longo prazo, que são mais sensíveis à atividade fiscal”, afirma Hilton Notini, gerente de Preços e Índices da ANBIMA.
Entre os índices de prazos menores, o IRF-M1, que reflete os papéis até um ano, teve retorno de 3,32%, enquanto o IMA-S, que acompanha os títulos pós-fixados, registrou ganhos de 3,08%. Já o IMA-Geral, que aponta a rentabilidade média de todos os indicadores, apresentou alta de 7,9% entre janeiro e junho deste ano.
A procura maior dos investidores por ativos de renda fixa impactou a rentabilidade dos ativos corporativos no primeiro semestre. O IDA-IPCA Infraestrutura, índice que acompanha as debêntures indexadas ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e destinadas a projetos de infraestrutura, obteve retornos de 9,87% no período. Já o IDA-IPCA ex-Infraestrutura, que reflete as demais debêntures, teve rentabilidade de 8,07%.
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