América Latina: Gestão “errática” de presidente mexicano confunde empresários

Presidente mexicano repete que corrupção não é mais tolerada (Imagem: Jacky Muniello/ Bloomberg)

“Todo mundo está paralisado.”

Essa foi a simples resposta que recebi sobre como os empresários estão lidando com o novo presidente do 💥️México, 💥️Andrés Manuel López 💥️Obrador💥️, após várias reuniões realizadas com executivos na Cidade do México na semana passada.

Cerca de meia dúzia de executivos de alto escalão, que aceitaram participar dos encontros sob a condição de que seus nomes e os de suas empresas não fossem divulgados, descreveram uma batalha para lidar com as políticas e pronunciamentos abruptos do líder de esquerda.

Uma palavra frequentemente citada para descrever seu processo de tomada de decisão sobre questões que mais os afetam foi “errática”.

Depois de oito meses de seu mandato de seis anos, AMLO, como o presidente também é conhecido, está cumprindo sua promessa de cortar gastos extravagantes do governo & com cortes em praticamente todas as áreas, como guarda-costas e salários de tecnocratas.

O presidente mexicano repete ad nauseum que a corrupção não é mais tolerada nos altos escalões da burocracia, enquanto promete que as economias resultantes de suas medidas de austeridade e combate a práticas irregulares como roubo de combustíveis serão revertidas para os cidadãos mais necessitados.

Tudo isso é aprovado pela maioria dos executivos e, de fato, muitos deles disseram que a corrupção havia saído do controle do antecessor de López Obrador, Enrique Peña Nieto.

Suas objeções, na verdade, têm a ver com o histórico instável do presidente quando se trata de certos projetos no setor de construção e contratos recentemente assinados que estão sendo alterados ou totalmente cancelados.

Há um clima de incerteza sobre qual será seu próximo passo: vários executivos dizem que acompanham de perto suas coletivas de imprensa às 7 horas da manhã em busca de qualquer sinal de qual setor será o seguinte alvo.

Com esse cenário, argumentaram os empresários, não há confiança e, por isso, ninguém investe. Muitos veem o início de um período de declínio, onde a dúvida é apenas a intensidade do declínio.

Essa perspectiva levanta questões: investir agora? Esperar para investir? Simplesmente manter o negócio no piloto automático ou considerar a venda de ativos? Alocar recursos em outros países?

Economia em desaceleração

A combinação da política de austeridade de López Obrador e incerteza dos empresários atinge a economia de forma impressionante. Embora o México tenha escapado de uma recessão segundo dados preliminares do PIB do segundo trimestre divulgados na semana passada, a expansão econômica diminuiu consideravelmente.

O governo reduziu a previsão de crescimento em 2023 para 1,1%, enquanto o Bank of America e o Citibanamex cortaram suas projeções para apenas 0,7% e 0,2%, respectivamente.

O volume de negócios no mercado acionário, que já era baixo, diminui cada vez mais, e algumas empresas até consideram fechar o capital ou transferir suas ações em bolsa para outro país. O pipeline de IPOs está quase vazio, e as ofertas de títulos de dívida são, em sua maioria, relacionadas à rolagem dos vencimentos, e não a investimentos em novos projetos.

A frugalidade do presidente contrasta com os crescentes gastos com a Pemex, a estatal petroleira em dificuldades operacionais e financeiras. Apesar das refinarias estarem operando com capacidade de 30% ou menos, o presidente mexicano quer construir uma refinaria de US$ 8 bilhões em seu estado natal — e tem planos para um trem turístico e comercial de bilhões de dólares que atravessaria algumas áreas protegidas no leste do país.

Depois de o presidente ter cancelado as obras de um aeroporto de US$ 13 bilhões que já estavam em andamento, suspendido novos leilões de energia e revisado contratos de gasodutos, a comunidade empresarial espera por um sinal & qualquer sinal & de que López Obrador possa garantir segurança jurídica e fornecer a confiança necessária para as decisões de investimento.

AMLO disse em entrevista na semana passada ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, que respeita contratos e que reconhece a necessidade de investimento estrangeiro. Mas, para esses executivos, as ações do presidente falam mais do que as palavras.

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