Coach e Givenchy enfrentam pedidos de boicote de chineses
Grifes de moda ocidentais estão sendo criticadas na China por seus designs, vistos como desrespeitosos ao clima político local (Imagem: Tasneem Alsultan/Bloomberg)
As grifes de moda ocidentais estão sendo criticadas na China por seus designs, vistos como desrespeitosos ao clima político local, provocando pedidos de boicote em um mercado que responde por um terço da demanda mundial de artigos de luxo.
Menos de 24 horas após a Versace se desculpar por camisetas que foram acusadas de desafiar a política “um país, dois sistemas”, a grife Coach, dos EUA, e a marca de luxo francesa Givenchy enfrentam uma reação de consumidores chineses por problemas semelhantes.
Depois de fotos circuladas on-line de camisetas vendidas por ambas as marcas que sugerem que Hong Kong e Taiwan são países, e não cidades, aumentaram os protestos nas redes sociais chinesas para boicotes das marcas Tapesty, de propriedade da Coach, e da Givenchy, controlada pela LVMH. A embaixadora da marca Coach, a top model chinesa Liu Wen, disse na plataforma Weibo na segunda-feira que iria encerrar seu contrato com a marca por esta “ferir seriamente os sentimentos do povo chinês”.
A camiseta da Givenchy, vendida por 3.990 yuanes (US$ 565) no site chinês da plataforma de comércio eletrônico de luxo FarFetch, mostra uma lista de cidades e seus países correspondentes. Hong Kong é listada como cidade e país, enquanto o país correspondente de Taipei é listado como Taiwan. A camiseta da Coach é parecida.
A Coach disse em sua conta Weibo na segunda-feira que a venda da camiseta foi suspensa em maio de 2018, depois que o erro foi identificado. A empresa acrescentou que “sente profundamente o dano emocional causado aos consumidores”. Representantes da LVMH e da Givenchy não responderam imediatamente a pedidos de comentário; Jackson Yee, estrela de um grupo de música e embaixador da linha de beleza da Givenchy, disse que estava cancelando seu contrato com a marca francesa.
A Versace se desculpou no domingo pelo “design equivocado” em suas camisetas, onde Hong Kong e Macau foram listados como países. A embaixadora da Versace na China, a atriz Yang Mi, também anulou seu contrato com a grife de moda italiana, segundo a qual as camisetas foram destruídas e as vendas do modelo suspensas em 24 de julho.
A China reforçou sua resposta aos meses de protestos contra Pequim em Hong Kong que, junto com Macau, meca dos jogos de azar, é uma região administrativa especial da China.
A confusão em torno das camisetas mostra como é fácil para as empresas estrangeiras ferirem a sensibilidade local na China, onde o governo censura os conteúdos da Internet e da mídia, e os consumidores podem se tornar cada vez mais nacionalistas, especialmente on-line.
Manifestações em Hong Kong que começaram como um protesto contra uma lei que permite extradições para a China já entram na 10ª semana.
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