Mesmo na pandemia, São Paulo ultrapassou limite ideal de poluentes
Os moradores de São Paulo certamente se lembram do evento ocorrido em 19 de agosto de 2023, quando nuvens escuras cobriram o céu e o dia virou noite na cidade. O fenômeno não foi causado pela poluição local nem por emissões produzidas no próprio Estado, mas pelo enorme aporte de material particulado proveniente de queimadas na região amazônica, a milhares de quilômetros de distância. A escuridão deixou claro - se já não estava - que tudo se encontra interligado e aquilo que acontece em uma ponta pode repercutir muito longe de seu local de origem
Mas, independentemente de eventos extremos como o citado acima, a qualidade do ar na maior metrópole brasileira não atende, em algumas épocas do ano, aos padrões estabelecidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), e menos ainda às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que são mais rigorosas.
Quem diz isso é a pesquisadora Regina Maura de Miranda, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Ela coordenou, juntamente com colaboradores, um estudo que levantou, no período compreendido entre o inverno de 2023 e o inverno de 2023, indicadores de poluição do ar na Região Metropolitana de São Paulo. Os resultados foram publicados na revista Atmosphere.
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