Filho de Sandra Sá criou empresa com R$ 900 e já deu R$ 10 mi em bolsas
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"Foi fantástico. Percebi que pagar uma agência de intercâmbio não era a única alternativa como eu achava, existiam outros caminhos, inclusive para pessoas com menos grana. Fiquei com isso guardado para mim", relembra ele, que depois de retornar ao Brasil trabalhou como ator e comentarista esportivo.
R$ 900 para começar
Apoiado em sua própria experiência e com um investimento inicial de R$ 900, Jorge fundou em 2018 o Departamento de Conexões Esportivas Internacionais (DCEI), uma assessoria acadêmica esportiva que facilita o acesso de jovens a bolsas para estudar e jogar no exterior basquete, futebol de campo, vôlei, tênis, atletismo, natação, dança, entre outros.
"Nosso grande diferencial é preparar o jovem para ele performar melhor em todas as áreas da vida dele, na acadêmica, esportiva e pessoal, potencializá-lo para conquistar uma bolsa 100% e gerar uma transformação completa. Nossa missão é levar os atletas para construir uma vida lá fora, e não apenas limitá-lo a ter uma experiência de meses e voltar para casa", afirma o empresário.
Desde a criação, o DCEI já levou cerca de 900 atletas para EUA, Canadá e Europa, ultrapassando R$ 10 milhões em valor distribuído nas bolsas de estudos, que inclui moradia, alimentação, estudo e esporte.
Para 2023, a estimativa é conseguir propostas no exterior para 500 alunos, batendo R$ 6 milhões em bolsas, e trazer parceiros do mercado asiático.
'Criamos uma metodologia em que o jovem se torna uma máquina se ele quiser'
Voltado para meninos e meninas de 11 a 30 anos, o método da empresa inclui treinamento de condicionamento físico de alta performance esportiva, mentoria de inteligência emocional, cursos de inglês e espanhol, preparação para o TOEFL (prova de proficiência de inglês) e o SAT (versão norte-americana do Enem), acesso a módulos gravados, lives, assessoria pelo WhatApp, encontros com médicos, nutricionistas, personal trainer, entre outros profissionais. "Criamos uma metodologia em que o jovem se torna uma máquina se ele quiser", afirma.
Jorge explica que não há um período determinado para a fase preparatória, ela pode durar até o momento que a família sinalizar que é a hora de captar a bolsa.
A partir daí, a equipe do DCEI reúne todo o material do atleta: vídeo de melhores momentos de 3 minutos dele jogando, histórico escolar, as notas no TOEFL e SAT, cartas de recomendação e inicia-se o processo de captação e propostas de bolsas.
Segundo o empresário, não existe a possibilidade de o aluno não receber nenhuma proposta, o DCEI garante uma bolsa de estudos de no mínimo 30% em uma das 200 instituições de ensino/clubes parceiros da empresa.
"A primeira opção é sempre a que a pessoa ou a família quiser, eles podem direcionar a instituição e o país que desejam que a gente tente a bolsa. Por exemplo, um pai quer que o filho estude e jogue em Harvard, nos EUA. Caso a proposta não seja satisfatória, tentamos outras instituições".
Para ter acesso aos serviços do DCEI, o investimento é de R$ 18 mil, com atendimento vitalício. "A gente acompanha a carreira acadêmica e atlética do jovem pela vida toda. As bolsas de estudo funcionam por ano letivo e podem ser renovadas a depender do desempenho do aluno. Caso não renove, fazemos um trabalho de transferência para outro lugar", afirma Jorge.
Do interior de São Paulo para a Europa
Dos quase 1.000 atletas preparados pelo DCEI, Rafael Toseti, 18, foi um dos que tiveram sua vida mudada e impactada pelo projeto.
Nascido e criado em Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, desde os 6 anos ele sonhava em jogar futebol pela seleção brasileira e fora do país. Quando criança, jogou pelo time da escola, da cidade, ganhou alguns campeonatos regionais e sabia que um dia sua hora iria chegar.
Em 2022, aos 18 anos, conheceu a assessoria de bolsas acadêmicas esportivas, mas não tinha dinheiro para pagar o investimento. Com a ajuda dos pais, vendeu uma moto, juntou com o que ganhava do trabalho de ajudante de obras, de pintura e monitor de van escolar e conseguiu o valor para entrar no projeto.
"Me preparei por três meses, acompanhava as mentorias, lives, fiz os cursos, treinava na academia e em um campo de futebol. Minha maior dificuldade era conciliar meu trabalho nas obras com a preparação. Era cansativo, mas as conversas com o Jorge, as mensagens de motivação e as orações dele me davam o empurrão que precisava para manter o foco", conta.
No início deste ano, o meia atacante recebeu uma proposta de bolsa de 70% para jogar no Gabias, time da primeira divisão da Andaluzia, e fazer um curso intensivo de espanhol à distância, em uma escola parceira do clube.
"Agarrei minha primeira oportunidade com unhas e dentes. Joguei por três meses no Gabias, subi para titular da minha categoria já no primeiro jogo. Participei de alguns amistosos e treinei com os jogadores dos times A e B. É impressionante saber que há meses trabalhava com obras e vivia em uma cidade com menos de 30 mil habitantes. Graças ao trabalho do DCEI, realizei meu sonho e estou jogando na Europa. Meu contrato com Gabias se encerrou, pode ser que renove com eles, ou aceite a proposta que recebi para jogar em outro país. Estamos em fase de negociação".
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