A imprensa noticiou que atirador nos EUA era homem trans: isso importa?

Os Estados Unidos ficaram (mais uma vez) chocados esta semana com um (mais um) tiroteio em escola, desta vez em Nashville. Poderia ser banalizado, como todos os outros tiroteios, mas um detalhe desencadeou um grande debate: a pessoa que efetuou os disparos, morta pela polícia no ato do ataque, identificava-se como um homem trans nas redes sociais.

Fica difícil explicar como a identidade de gênero do atirador tenha suscitado mais discussões que o próprio fato gerador do ataque: o arrebanhamento de pessoas potencialmente frágeis por grupos que incitam o ódio e o fácil acesso a armas no país. Mas como se trata de um Estado que está fazendo de tudo para cercear a diversidade, sob o falacioso pretexto de "proteger as crianças", isso aconteceu.

Temos que falar sobre o poder que esses grupos de ódio e sua estrutura têm exercido sobre jovens, especialmente do gênero masculino, e suas consequências desastrosas para a convivência em sociedade. O ódio destilado por pessoas toscas na internet contra as representações do feminino tem criado possíveis atiradores em massa, como já falei anteriormente aqui na coluna.

Não quero justificar a atitude do atirador, pois ela foi injustificável. As questões de saúde mental, tomadas como o "mal do século", poderiam ser resolvidas de outra forma. Com a omissão deliberada do Estado, a pessoa deve ter encontrado abrigo nesses grupos, como forma de validação da própria identidade. E isso precisa gerar alerta.

Pessoas trans o tempo todo precisam se validar e ser validadas. Um Estado que restringe essa validação abre espaço para que outros grupos mal-intencionados surjam como validadores dessas situações. Como seres sociais, buscamos sempre algo que nos dê uma sensação de "pertencimento". E ela pode ter vindo pelo pior expediente.

Quando parlamentares aplaudem um moleque de peruca disposto a ironizar identidades trans, esse é o Estado que deliberadamente se omite em criar um ambiente de respeito a essas identidades. Quando pessoas frágeis são incitadas a matar outras como forma de validar suas existências, esse é o Estado que deliberadamente se omite em criar um ambiente saudável para a validação das identidades, terceirizando essa criação para grupos de ódio. E quando a discussão sobre o perigo do armamentismo fica em segundo plano, esse é o Estado que se omite em trazer uma possibilidade de convivência harmônica entre as identidades tão diversas.

Os Estados Unidos ficaram (mais uma vez) chocados esta semana com um (mais um) tiroteio em escola, desta vez em Nashville. Poderia ser banalizado, como todos os outros tiroteios, mas um detalhe desencadeou um grande debate: a pessoa que efetuou os disparos, morta pela polícia no ato do ataque, identificava-se como um homem trans nas redes sociais.

Fica difícil explicar como a identidade de gênero do atirador tenha suscitado mais discussões que o próprio fato gerador do ataque: o arrebanhamento de pessoas potencialmente frágeis por grupos que incitam o ódio e o fácil acesso a armas no país. Mas como se trata de um Estado que está fazendo de tudo para cercear a diversidade, sob o falacioso pretexto de "proteger as crianças", isso aconteceu.

Temos que falar sobre o poder que esses grupos de ódio e sua estrutura têm exercido sobre jovens, especialmente do gênero masculino, e suas consequências desastrosas para a convivência em sociedade. O ódio destilado por pessoas toscas na internet contra as representações do feminino tem criado possíveis atiradores em massa, como já falei anteriormente aqui na coluna.

Não quero justificar a atitude do atirador, pois ela foi injustificável. As questões de saúde mental, tomadas como o "mal do século", poderiam ser resolvidas de outra forma. Com a omissão deliberada do Estado, a pessoa deve ter encontrado abrigo nesses grupos, como forma de validação da própria identidade. E isso precisa gerar alerta.

Pessoas trans o tempo todo precisam se validar e ser validadas. Um Estado que restringe essa validação abre espaço para que outros grupos mal-intencionados surjam como validadores dessas situações. Como seres sociais, buscamos sempre algo que nos dê uma sensação de "pertencimento". E ela pode ter vindo pelo pior expediente.

Quando parlamentares aplaudem um moleque de peruca disposto a ironizar identidades trans, esse é o Estado que deliberadamente se omite em criar um ambiente de respeito a essas identidades. Quando pessoas frágeis são incitadas a matar outras como forma de validar suas existências, esse é o Estado que deliberadamente se omite em criar um ambiente saudável para a validação das identidades, terceirizando essa criação para grupos de ódio. E quando a discussão sobre o perigo do armamentismo fica em segundo plano, esse é o Estado que se omite em trazer uma possibilidade de convivência harmônica entre as identidades tão diversas.

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