Homens são menos propensos a deixar de consumir carne. A razão? Acreditam que isso lhes tira masculinidade

Numa época em que, cada vez mais, as dietas vegetarianas e vegan têm um lugar aceite e já muito difundido na sociedade, um novo estudo veio provar que existe um grupo de pessoas com muito mais tendência para não conseguir tirar a carne da sua alimentação: os homens.

De acordo com a pesquisa "Masculinity Matters for Meat Consumption" (A Masculinidade é Importante para o Consumo de Carne), publicada na revista de investigação "Sex Roles", os homens comem mais carne do que as mulheres, e são menos propensos a deixar de consumir esta proteína.

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Mas porque é que isto acontece? 💥️Os investigadores da Universidade Nacional da Austrália, responsáveis pelo estudo que abrangeu quase cinco mil pessoas, apontam a masculinidade tóxica como o principal motivo, argumentando que os homens podem ser menos suscetíveis a passarem a ser vegetarianos pelo simples facto de a carne os fazer sentir mais "masculinos".

Nas conclusões do estudo, os especialistas perceberam que os homens que se consideram mais masculinos são mais propensos a olhar para carne como um alimento necessário e agradável, não pensando em removê-la das suas alimentações diárias. Curiosamente, também as mulheres que se consideram mais femininas são mais propensas a ter a carne na sua dieta, apesar de, no geral, serem mais abertas às ideias do vegetarianismo e do veganismo.

Para além disso, os investigadores acreditam que esta tendência pode estar implícita nas normas de género a que as pessoas estão habituadas, e alterar a alimentação para uma dieta sem carne pode ser visto como uma violação desses princípios, explica o estudo. A recusa à redução ou mesmo ao fim do consumo de carne pode também ser um ponto de vista de pessoas mais conservadoras, que não colocam esta opção em cima da mesa.

Em último caso, o estudo foi capaz de perceber algo que pode ser benéfico para as campanhas de marketing de alimentos que constituem alternativas à carne: esta visão masculina da carne, e a forma como a alimentação está relacionada a questões de identidade e de género, deve ser trabalhada e pensada cuidadosamente.

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