Macron terá de escolher (mais um) novo primeiro-ministro: Que nomes podem suceder a Barnier? - Executive Digest

Após a moção de censura que precipitou a queda do Governo liderado por Michel Barnier, primeiro-ministro que apresentou a demissão logo depois, Emmanuel Macron tem agora, novamente, a tarefa de escolher um novo líder governamental que agrade à esquerda e à direita, tarefa que não se desenha fácil (e que se vai tornando cada vez mais difícil, à medida que aumentam as tensões na Assembleia Nacional).

No entanto, nos corredores do Eliseu e na imprensa francesa já são apontados alguns rostos que poderão constituir possíveis escolhas de Macron. Entre as principais figuras apontadas como potenciais sucessores encontram-se nomes de várias tendências políticas, desde aliados de longa data de Macron a veteranos do centro-direita e antigos socialistas.

💥️Sébastien Lecornu: o aliado fiel com experiência em defesa

Sébastien Lecornu, de 38 anos, é considerado um dos mais leais aliados de Macron. Tendo iniciado a sua carreira política no partido de centro-direita Les Républicains, Lecornu aderiu à causa de Macron em 2017, juntamente com figuras como Bruno Le Maire e Gérald Darmanin, ambos desertores dos conservadores.

Como ministro da Defesa no governo de Barnier, Lecornu supervisionou o aumento do orçamento militar e reforçou o apoio militar da França à Ucrânia. Apesar do seu perfil técnico e lealdade, a sua candidatura poderá enfrentar resistências devido a polémicas recentes. O portal ✅Mediapart e o jornal ✅Libération relataram que Lecornu teria participado num jantar com Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), onde alegadamente discutiram a guerra na Ucrânia. Lecornu negou categoricamente o encontro.

💥️François Bayrou: o veterano do centrismo

Aos 73 anos, François Bayrou é uma figura central no espectro político francês. Líder do Movimento Democrático (MoDem), que integra a aliança governamental de Macron desde 2017, Bayrou tem uma longa carreira marcada pela defesa de valores centristas e pelas suas origens rurais como ex-presidente da câmara de Pau.

Nomeado por Macron como ministro da Justiça no início do seu primeiro mandato, Bayrou viu-se forçado a renunciar ao cargo semanas depois devido a uma investigação sobre alegações de emprego fictício no seu partido. Contudo, foi ilibado das acusações este ano, o que pode reforçar a sua posição como candidato viável para a chefia do governo.

💥️Bernard Cazeneuve: o socialista independente

Com 61 anos, Bernard Cazeneuve é um nome de peso na política francesa, sobretudo entre os socialistas. O antigo primeiro-ministro durante os últimos meses da presidência de François Hollande e ex-ministro do Interior destacou-se pela sua liderança em momentos críticos, como os ataques terroristas de 2015 em Paris e ao jornal ✅Charlie Hebdo.

Cazeneuve abandonou o Partido Socialista em 2022, em protesto contra a aliança com a esquerda radical da França Insubmissa (LFI), os Verdes e os Comunistas. O seu perfil moderado e experiência podem ser trunfos para Macron, que busca atrair deputados socialistas descontentes e consolidar um bloco centrista.

💥️Xavier Bertrand: o líder regional com credenciais no centro-direita

Xavier Bertrand, de 59 anos, lidera a região de Hauts-de-France, no norte de França, onde Macron tem investido na criação de um ecossistema ligado às baterias de veículos elétricos. Com uma carreira marcada pela sua passagem pelos governos de Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy, Bertrand foi candidato nas primárias dos Republicanos para as presidenciais de 2022.

Conhecido pelo seu pragmatismo e proximidade aos problemas da França rural e industrial, Bertrand é visto como uma escolha que pode ajudar Macron a fortalecer os laços com o centro-direita, especialmente numa França politicamente dividida.

💥️François Baroin: o político experiente com ligações financeiras

François Baroin, também com 59 anos, é um veterano do centro-direita. Além de uma longa carreira política, que incluiu cargos como ministro das Finanças e do Orçamento durante a crise da dívida soberana europeia (2011-2012), Baroin mantém uma presença no setor privado como presidente da divisão francesa do banco Barclays desde 2022.

Baroin é presidente da câmara de Troyes, na região de Champagne, desde 1995, o que reforça a sua imagem de proximidade à população e continuidade política. A sua experiência em finanças e o perfil discreto tornam-no uma possibilidade séria, embora menos mediática.

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