Prêmio Inspiradoras: Jaqueline Goes é uma das finalistas

Prêmio Inspiradoras: Jaqueline Goes é finalista na categoria Mulheres na Ciências - Mariana Pekin/UOL

de Universa, em São Paulo

Jaqueline é uma das 💥️finalistas do Prêmio Inspiradoras 2023 na categoria Mulheres na Ciência.

💥️Aos 33 anos, a biomédica já tem no currículo outras importantes pesquisas sobre arbovírus. Antes do sequenciamento do coronavírus no Brasil, ela participou do mapeamento do vírus zika, que começou a circular no país em 2013. Em 2016, viajou com outros pesquisadores por cinco capitais do nordeste em um micro-ônibus adaptado com um laboratório para investigar a rota de chegada do zika.

Durante um estágio-sanduíche do doutorado em Birmingham, na Inglaterra, Jaqueline desenvolveu e aprimorou protocolos que permitiram o sequenciamento de genomas completos do vírus. "O estudo teve impacto não só por termos feito o sequenciamento, mas, principalmente, por irmos a campo fazer um trabalho acurado de amostras", explica.

💥️Jaqueline também fez pesquisas sobre chicungunya e identificou uma nova linhagem do vírus da dengue, responsável pelos casos mais recentes da doença. Ao todo, tem 39 artigos publicados em revistas científicas. "É um volume importante. Ela assina artigos como primeira autora ou coautora e alguns estão publicados em publicações de alto impacto, como a Nature e a Science", avalia Valéria Borges, cientista da Fiocruz Bahia e coordenadora da pós-graduação em patologia humana da Universidade Federal do Bahia (UFBA) entre 2017 e 2023, programa onde Jaqueline fez doutorado.

Prêmio Inspiradoras | Categoria: Mulheres na Ciência

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Representatividade para além da ciência

Desde o mestrado, Valéria notava o potencial de Jaqueline como pesquisadora. Em 2023, ficou impressionada com sua tese de doutorado, que trata do monitoramento em tempo real de arboviroses como zika e dengue. Assim, incentivou a aluna a inscrever o trabalho em um prêmio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A tese foi uma das vencedoras em 2023.

"Hoje ela não é só mais uma cientista, é inspiração para outras meninas e mulheres. Carrega um combo de representatividade por ser mulher, negra, nordestina, oriunda de escola pública e bolsista", diz Valéria.

Planos para o futuro das mulheres brasileiras na ciência

💥️Natural de Salvador, Jaqueline foi criada no bairro de Vasco da Gama, na periferia de Salvador. Apesar das dificuldades financeiras, seus pais haviam cursado o ensino superior graças ao incentivo que tiveram das famílias. E repetiram o protocolo com Jaqueline e o irmão mais novo.

da - Mariana Pekin/ysoke - Mariana Pekin/UOL

"Os brinquedos que meu irmão e eu ganhávamos da minha mãe eram muito ligados à educação. Meu pai sempre sempre nos presenteava com livros sobre assuntos curiosos —por exemplo, como as pirâmides foram construídas. Isso moldou o meu caráter educacional", diz a biomédica.

Ser uma mulher negra, nordestina e jovem me deixa orgulhosa pela representatividade. Quero contribuir para abrir espaço para outras mulheres como eu. 💥️Jaqueline

Agora, a biomédica deseja criar um instituto que levará seu nome. O objetivo é incentivar meninas do ensino médio de escolas públicas a trilhar o caminho das ciências. Ela sabe bem a importância de um apoio.

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