Tem diferença entre relação tóxica e abusiva? Saiba como identificar
De Universa, em São Paulo
"Todos nós podemos ser tóxicos", diz Ana, que ressalta a importância de perceber os sinais que o parceiro ou a parceira dá durante o relacionamento antes de defini-lo como tóxico ou abusivo.
Durante o papo, Jacy compartilha que já viveu os dois lados. "Tenho consciência que já fui abusiva num relacionamento", conta. "Também já vivi uma situação em que meu namorado foi abusivo mas, no final, eu estava numa dependência emocional".
Na vida real
O "Sexoterapia" recebeu histórias de ouvintes que já passaram pela experiência de um relacionamento tóxico ou abusivo. Em um dos depoimentos enviados, um homem contou que a namorada terminou o relacionamento em um momento em que tudo ia bem.
Ele conta que ele e a parceira se conheceram dois anos após ela se separar do ex-marido, com quem tem um filho. "Me apeguei a ela e ao filho dela e planejávamos morar juntos. Ela estava em lactação e me incentivou a experimentar seu leite, criou um tipo de laço esquisitíssimo comigo", disse.
Para Ana Canosa, a relação com a maternidade pode ter sido usada como um meio de dominação. "Tem toda uma intensidade ali, uma relação simbiótica, profunda. Me dá uma sensação que ele foi meio que um homem filho. Ela usa disso, não sei se de maneira consciente, porque tem uma coisa ali meio de maternidade."
Na segunda história, uma mulher conta que é casada há nove anos e que o marido é diagnosticado com bipolaridade e transtorno de ansiedade generalizada. Ela diz que, quando algo sai do padrão, o parceiro não consegue lidar com a situação e acaba tendo explosões.
"Tenho refletido sobre meu lado nessa história. Será que ele é uma pessoa tóxica e devo me separar ou esse é o momento de mostrar apoio ao meu marido e pai dos meus filhos?", ela questiona.
Para Bárbara, é importante procurar ajuda até mesmo para entender de que forma a ouvinte pode lidar com os transtornos do marido na relação. "A pessoa que está do lado fica com toda a carga mental, não tem essa orientação, as pessoas não estão olhando para ela."
Jacy destaca como a culpa pode aparecer na vida da ouvinte. "Você se sente culpada por sair daquela relação. 'Nossa, a pessoa tá doente e eu vou largar ela nesse momento difícil?'. Por isso eu não julgo, porque a pessoa acaba adoecendo junto", diz.
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