Pornografia precisa se atualizar, diz diretora da Sexlog

Ao lado de Camila Brandalise e da jornalista e apresentadora Cris Guterres, Mayumi Sato discutirá os resultados de uma pesquisa inédita sobre saúde, tecnologia e como esses temas se relacionam com a vida sexual das mulheres. O levantamento foi feito em parceria com a Tech4Sex, plataforma de conteúdo, pesquisas e tendências para o bem-estar sexual. Lidia Cabral, fundadorada Tech4Sex, também participará do debate.

'Não quero ser cartilha de ninguém'

A tranquilidade com que Mayumi Sato trata de temas eróticos faz com que, aos olhos de muitos, ela corresponda ao estereótipo da mulher sedenta por sexo. "Pensam que sou adepta de práticas fetichistas", diz. Por causa dessa confusão, nos últimos tempos, ela tem mantido preservada a sua vida pessoal. "Não quero ser cartilha para ninguém", afirma.

A história profissional de Mayumi Sato é pouco convencional. Ela fazia faculdade de Ciências Contábeis e trabalhava em uma agência de publicidade. Em paralelo, desenvolvia o interesse por assuntos relacionados à sexualidade.

"Todo mundo tem um jeito de desejar e viver a sexualidade. Queria entender o motivo disso", afirma. Sempre que o trabalho na agência se relacionava ao tema, ela se candidatava para fazer parte do projeto.

"Foi assim que o Sexlog apareceu na minha vida. Era uma marca pequena, não tinha área de marketing", conta. "Já entrei como diretora para criar o setor."

Os primeiros meses à frente do marketing da empresa não foram fáceis. As primeiras campanhas publicitárias criadas para a marca foram um fracasso.

"Lembro-me de enviar releases para jornalistas e um deles me responder pedindo para parar de mandar e-mails sobre sexo, pois o chefe poderia ver. Este era o nível. Era raro encontrar na imprensa um conteúdo mais positivo sobre sexualidade. O tema era tratado como pornografia ou piada", conta.

Para driblar a resistência dos jornalistas, a Sexlog passou a produzir pesquisas sobre sexualidade. Assim, com números —herança dos tempos de faculdade—, Mayumi Sato conseguiu furar bolhas e popularizar a discussão em torno do assunto.

'Indústria pornográfica precisa se atualizar'

Ao conduzir pesquisas sobre sexo, Mayumi diz ter entendido como os fetiches e expressões da sexualidade são diversos. "Às vezes, as pessoas não são capazes de verbalizar suas preferências", afirma. Para obter respostas mais precisas, a empresa tem, ao longo dos tempos, aprimorado seus questionários de entrevistas.

Para Mayumi, a limitação na expressão da sexualidade está relacionada à indústria pornográfica. "Nosso imaginário do sexo foi construído a partir da pornografia", avalia.

"Não sou um pessoa 'antiporn'. Pornografia é ficção e entretenimento e tem o seu lugar. O problema é transformarmos isso na vida real. A indústria precisa fazer esforço para se atualizar", afirma.

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