Advogadas são ameaçadas por defenderem mulheres: Vão nos matar?

Adriana Negreiros

De Universa, em São Paulo

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💥️Quase metade das advogadas (45,5%) disse já ter pensado em desistir da profissão devido a ataques. A quase totalidade delas (84,9%) afirma que tem a saúde mental e física "afetada em razão da violência sofrida".

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💥️Ela tranca todas as portas do imóvel após entrar no escritório. "Ninguém encontra o endereço no Google. Essa é uma preocupação que um escritório que não é especializado em violência contra mulheres não tem. Pode ter site com endereço, conta no instagram", afirma Ana Carolina.

Curso de tiro

Em 90,4% dos casos em que as advogadas se sentiram violentadas, os agressores apontados eram homens, de acordo com a pesquisa. Em 39,9% dos casos, o ataque foi atribuído à "outra parte", ou seja, o acusado, como no caso envolvendo Laura Cardoso.

Quatro dias após ter o carro incendiado, Laura Cardoso deu à luz Benício. Quando o bebê tinha cinco dias, ela e o marido passaram a procurar um apartamento novo para morar. Usaram o dinheiro de uma vaquinha organizada pelos amigos para pagar a mudança e contrataram uma empresa para cuidar da segurança da família. Ainda não conseguiram adquirir um carro novo.

💥️Laura recusou proposta para mudar-se 💥️com marido e filhos para o exterior, em um programa de proteção de testemunhas. "Teria que ficar totalmente anônima e esse não é meu perfil. Não quero deixar de viver", afirma. Não pensa em sair de Pelotas, mas vai se matricular em um curso de tiro e considera ter posse de arma.

"Vou mostrar para o agressor que não tenho medo. Apesar de todo o abalo psicológico que sofri, o que ele fez comigo me deu voz", afirma.

Até o momento, o rapaz que ateou fogo ao carro de Laura, o piloto da moto e o suposto mandante do crime não foram identificados. Embora as investigações apontem relações entre a ocorrência e o recente processo de violência doméstica no qual ela atuou na acusação, faltam provas contra o homem.

Quando Laura Cardoso teve o carro incendiado, Ana Carolina Fleury, de Goiânia, telefonou para a colega prestando solidariedade. De diferentes partes do Brasil, advogadas que enfrentam violência no exercício da profissão têm tentado se unir para formar uma rede de proteção e apoio —inclusive para prestar assistência jurídica umas às outras, nos casos em que sofrem intimidação jurídica.

💥️"Qual será o próximo passo? É nos matar?", indaga Ana Carolina.

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