Continuo insegura com corpo, mas não me arrisco, diz Thay OG sobre lipo
Hysa Conrado De Universa, em São Paulo 💥️UNIVERSA: A Thay que começou como influenciadora em 2015 imaginava que teria um evento com o Unicef? 💥️Como surgiu a ideia de o São João da Thay ser um evento beneficente? 💥️Que música, comida ou brincadeira não pode faltar no São João e traz memórias da sua infância? 💥️Quais suas inspirações para os looks deste ano para o São João da Thay? 💥️Você já morou no Sudeste. Em algum momento as diferenças de tradições do São João chamaram sua atenção ou fizeram com que olhasse com mais carinho para suas raízes? 💥️Você já se posicionou contra a xenofobia. Já precisou colocar limites em alguém por causa disso? Ja passei pela situação de estar gravando em um lugar e ouvir a equipe falando "ah, fui para um restaurante, maior baianada", para dizer que só tinha gente à toa. Eu me tremi toda, mas terminei a gravação e depois deixei isso registrado, porque não podia. Também acontece a xenofobia velada, de você perceber que as pessoas sempre vão subestimar você, sua equipe, achar que vocês não são tão profissionais baseados no lugar de onde você vem. 💥️Como você escolhe o projeto social que o São João da Thay ajuda a cada ano? 💥️É a primeira vez que você muda a cor do cabelo. Como está se sentindo? 💥️Você passou por uma situação delicada ao fazer uma lipoaspiração e disse que se arrependeu. Como ficou a relação com o corpo após essa experiência? Não demonizo a cirurgia plástica, mas é preciso ter o cuidado de identificar de onde surgem as demandas. Crio conteúdo para a internet, mas também consumo muita informação. Tanto é que fui influenciada, fiz a técnica que me seduziu de tanto aparecer no meu feed. Hoje, vendo o que passei, não teria me colocado naquela situação. Mas não demonizo a cirurgia plástica. Tenho silicone. O implante foi uma experiência tranquila, com o médico em quem confio, que tem credibilidade e uma carreira intacta. Isso melhorou a minha autoestima. 💥️Você ainda tem o sonho de se tornar uma defensora pública? Me sinto realizada. É como se eu fosse defensora, mas com alcance e poder de mobilização maiores. Fico feliz quando faço parcerias com a Defensoria Pública do Maranhão, eles têm o maior carinho por mim. Todas as campanhas em que precisam da minha ajuda, da minha voz, estou lá emprestando o meu rosto. Nessas horas, é como se eu realizasse aquele sonho do início.
T💥️haynara OG: Naquela época, eu acompanhava quem surgia na internet e já tinha entendido a dinâmica. Todo mês aparecia alguém novo e, de repente, não se falava mais na pessoa. Eu tinha o seguinte plano: aproveitar os três meses que aquilo durasse, surfar na onda e depois fazer outra coisa. Então nunca imaginei que hoje seria embaixadora do Unicef, teria uma trajetória sólida e um nome bem posicionado no mercado.
Quando a internet cruzou meu caminho, minha vida mudou de forma rápida e entendi que precisava retribuir de alguma forma. Sempre gostei de trabalho social, queria ser defensora pública. Por outro lado, cresci com o incômodo de ligar a TV e ver notícias ruins sobre o Maranhão, sempre associadas à pobreza. Isso me machucava. Daí surgiu a vontade de criar um evento que enaltecesse a cultura maranhense, mostrasse o potencial turístico do estado e, ao mesmo tempo, tivesse retorno social.
Tem uma música muito emblemática nas toadas de bumba meu boi que é "Maranhão, meu tesouro, meu torrão / Fiz essa toada pra ti, Maranhão". Essa precisa ter todo ano nos arraiais. A primeira manifestação da cultura popular maranhense que dancei, ainda criança na escola, foi o cacuriá. Depois eu comecei a aprender o bumba meu boi. Sempre me apresentava como vaqueiro de fitas.
Uma das roupas é inspirada na figura do boi do bumba meu boi. Aqui no Maranhão se usa um couro de veludo para fazer o couro do boi, que é bordado de acordo com o tema de cada ano. Vou fazer uma roupa inspirada nesse couro. Também vou fazer uma homenagem ao tambor de crioula, uma manifestação da cultura popular maranhense muito forte. A outra roupa é feita com material da fibra de buriti para prestigiar o artesanato maranhense.
O Brasil é imenso e muita gente não sabe que só no Maranhão temos essa diversidade toda em único período do ano, que é o São João. Temos o bumba meu boi com cinco sotaques diferentes, o que pode mudar a indumentária e os instrumentos. É uma uma riqueza de detalhes. Quando vejo especialmente no Sudeste como se curte o São João, fico ainda mais inquieta para que se conheça o do Maranhão.
Já passei por algumas situações, especialmente por causa do sotaque. Fiz uma campanha e, na hora de gravar o off -- a voz que vai por cima do vídeo -- tinha um texto no qual eu falava "vitamina E". Se sou chamada para uma campanha como a Thaynara, vou levar o meu sotaque. Nós, maranhenses, falamos essa vogal aberta e a pessoa me corrigiu, como se eu estivesse falando errado. Foi uma situação chata. Falei: "Se vocês estão chamando a Thaynara, não vou falar 'vitamina ê'." Não tenho problema nenhum em me impor.
Busco instituições que tenham transparência e trabalho sério. Em 2023, tivemos o match com o Unicef e trabalhamos em cima do índice de mortalidade infantil no Maranhão, que é o segundo maior do Brasil.
Foi uma transformação não só externa, mas interna. Sempre fui um pouquinho insegura, não gosto de sair da zona de conforto. Por muito tempo fui a Thaynara com cabelo escuro, liso e comprido, e passar por essa transformação me fez descobrir uma nova Thay. É bom se amar de um jeito diferente e saber que pode ter pode ter várias versões.
Minha relação com o corpo sempre foi de altos e baixos. Hoje, depois de ter passado pelo que passei e também com a terapia em dia, tenho uma relação melhor. Continuo com inseguranças, mas não a ponto de me colocar em risco.
Não. O que você leva para a vida toda é sua missão e vocação. Eu tinha uma vocação que me levou a focar naquele concurso da Defensoria. Hoje potencializei essa vocação porque consigo ajudar mais gente fazendo o trabalho como embaixadora do Unicef e tendo o São João da Thay.O que você está lendo é [Continuo insegura com corpo, mas não me arrisco, diz Thay OG sobre lipo].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments